Coronel que comandava segurança em Brasília foi preso suspeito de omissão

Prisão preventiva foi determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes

Emilly Melo
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A operação deflagrada pela Polícia Federal para investigar os responsáveis pela segurança do Distrito Federal, que atuaram em 8 de janeiro, prendeu o coronel Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do departamento operacional da Polícia Militar do DF, nesta terça-feira (7). A suspeita é de omissão durante os ataques às sedes dos Três Poderes.

A prisão foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e cumprida em nova fase da operação Lesa Pátria, deflagrada pela PF. 

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Em nota, a defesa do coronel afirmou que “Naime agiu conforme a lei e a técnica, realizando todas as prisões ao alcance das condições materiais com as quais contava no momento” e que “o avanço das investigações demonstrará a inocência do Coronel, que há 30 anos presta serviços relevantes à população do Distrito Federal”.

Naime é presidente da Associação dos Oficiais da PM-DF e frequentava gabinetes de deputados para negociar aumento salarial e plano de carreira aos policiais militares.

A mulher do coronel, Mariana Adorno Naime, mantinha um cargo de coordenadoria no Ministério da Justiça durante a gestão de Anderson Torres, que também está preso sob a acusação de omissão.

Ela foi nomeada três meses depois que Torres assumiu a pasta, em junho de 2021, para o cargo de "coordenador da política de integração da Coordenação-Geral de Políticas para as Instituições de Segurança Pública". Deixou o posto em março de 2022, quando foi exonerada a pedido, segundo o Diário Oficial da União.

Ainda de acordo com a defesa, o coronel participou da coordenação da operação de segurança da posse presidencial, em 1 de janeiro. 

Inquérito 

Um inquérito na corregedoria da Polícia Militar do DF foi instaurado para apurar a conduta de Naime no dia dos atos golpistas.

Como chefe do Departamento Operacional (DOP) da PM, o coronel Naime era o responsável por elaborar o plano operacional que mobiliza os batalhões e efetivos para determinadas ações. Ocorre que ele estava de licença entre os dias 3 e 8 de janeiro. No seu lugar, quem desempenhava a função era o subchefe do DOP, Paulo José Bezerra.

Mesmo com os alertas de inteligência sobre a intenção dos golpistas em "tomar o poder" e "invadir o Congresso", não foi feito nenhum plano operacional para o dia 8 de janeiro, segundo concluiu o relatório do interventor federal. Esta teria sido a principal "falha operacional" por parte do comando da PM-DF que deixou a Esplanada dos Ministérios desguarnecida com poucos homens.

O relatório destaca ainda que a Naime estavam "subordinados" os comandantes dos oito batalhões da PM, entre eles o do Choque, que estavam de férias no dia 8 de janeiro.

Mesmo de licença, Naime reapareceu no dia dos atos golpistas após ser convocado às pressas pelo comando e cooperou na ação de dispersão dos manifestantes, conforme a sua defesa.


(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política)

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