Caso Monark: após fala sobre nazismo, Kim Kataguiri processa 17 pessoas por calúnia e difamação

Entre os alvos da ação estão o ex-deputado Jean Wyllys, a filósofa Márcia Tiburi e o deputado Ivan Valente (PSOL-SP)

O Liberal
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Após a polêmica em torno de sua participação no episódio "Flow Podcast" em que Monark (Bruno Aiub) defendeu a criação de um partido nazista, o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) resolveu acionar a Justiça contra quatro veículos de imprensa e 17 pessoas que teriam o acusado de "apologia ao nazismo”. Entre os alvos da ação estão o ex-deputado Jean Wyllys, a filósofa Márcia Tiburi e o deputado Ivan Valente (PSOL-SP). As informações são da Agência estado.

Segundo o parlamentar disse nas redes sociais, os "canceladores" não podem ficar impunes. "Eles serão processados por calúnia, difamação e injúria. O objetivo não é apenas indenizatório, mas também educativo, de forma que tais agentes do cancelamento arquem com as consequências de seus ataques criminosos", diz nota oficial do Movimento Brasil Livre (MBL), do qual Kataguiri é uma das lideranças.

No ano passado, Kataguiri protocolou um projeto de lei na Câmara sugerindo que os chamados crimes contra a honra - justamente calúnia, injúria e difamação - fossem excluídos do direito penal. O vereador Rubinho Nunes (Podemos), também integrante do MBL e advogado do processo, argumentou que ação será movida na esfera cível, e nega que Kataguiri tenha entrado em contradição ao mover, agora, um processo por crimes contra a honra.

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Kim também usou as redes sociais para falar sobre o projeto que apresentou na Câmara e as ações contra os que o acusaram de apologia ao nazismo. “Tem uma turba de gente estúpida e/ou mau caráter que está me acusando de hipocrisia por conta de um projeto de lei que trata de excluir do código penal os crimes de injúria, calúnia e difamação. O PL 2473/2021 trata especificamente de retirar do Código Penal os crimes contra honra — à exceção da injúria por elemento discriminatório, como cor, idade, deficiência e origem — e deixar apenas no Código Civil, que é o que estou utilizando para processar os que me caluniaram”, argumenta.

O deputado enseja danos morais e pede indenização de 40 salários mínimos aos alvos da ação.

Jean Wyllys compartilhou uma postagem no Twitter chamando a ação do deputado de "gesto intimidatório".  Ao comentar o processo, Márcia Tiburi reforçou que considera Kataguiri "um agitador nazifascista" e acusou o deputado de fazer "política resumida a publicidade". Valente afirmou que já enfrentou "ditadura e fascismo" e que não se sente intimidado pelo parlamentar.

O caso

Durante o programa Flow Podcast, ao ser questionado pela deputada Tabata Amaral se achava errado a Alemanha ter criminalizado o nazismo, o deputado respondeu que sim.

Após essa participação no debate, Kataguiri tornou-se alvo de pedidos de cassação do mandato a Câmara; sua conduta no episódio que levou à demissão de Monark do "Flow" também é tema de inquérito na PGR.

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