Brasileiras são presas injustamente na Alemanha por tráfico após troca de bagagens, diz PF
Governo de Goiás reitera a defesa das brasileiras
De acordo com a Polícia Federal, em São Paulo, e com o governo estadual goiano, duas brasileiras foram presas injustamente por tráfico internacional de drogas em Frankfurt, Alemanha, após terem as etiquetas das malas trocadas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
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Conforme a PF, as duas mulheres embarcaram, em 4 de março passado, no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia (GO), com destino a Berlim, capital alemã. Elas iam passar 20 dias na Europa, parando em diferentes países.
Em uma escala no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, segundo a investigação, as etiquetas de identificação das bagagens foram trocadas e colocadas em duas malas com 20 quilos de cocaína cada.
A PF informou, ainda, que as mulheres não tiveram contato com as malas, que só seriam acessadas na escala em Frankfurt. Imagens recuperadas pela Polícia Federal mostram que as malas despachadas pelas mulheres eram diferentes das malas apreendidas com drogas.
Ao pararem em Frankfurt, as brasileiras foram retiradas do avião pela polícia alemã e presas por tráfico internacional de drogas. Elas estão presas preventivamente desde o dia 5 de março.
Prisão de grupo que trocou etiquetas
Hoje, a PF de São Paulo prendeu 6 funcionários do aeroporto de Guarulhos pelo esquema. Eles faziam a troca de etiquetas na área restrita do aeroporto. A operação foi batizada de Iraúna.
Mais pessoas teriam sido vítimas do esquema, mas não chegaram a ser presas em flagrante por tráfico, diz a PF. A família das duas mulheres contatou o governo de Goiás e o Itamaraty, além de uma advogada, para atuarem no caso.
Em nota ao UOL, o Ministério das Relações Exteriores afirma que, por meio do Consulado-Geral em Frankfurt, tem conhecimento do caso e presta assistência consular às brasileiras.
O delegado regional de Polícia Judiciária de Goiás, Rodrigo Teixeira, afirmou em coletiva de imprensa, nesta terça-feira, que as mulheres não tinham o perfil de "mulas" —apelido dado a pessoas que transportam drogas de um país para outro.
"Inocentes não podem ficar presos, e ao que tudo indica elas são inocentes. O perfil dessas passageiras não se assemelha aos de mula. Elas compraram a passagem com muita antecedência, tinham seguro de viagem, não era o perfil de quem pratica esse tipo de delito", disse o delegado.
Em nota, a PF de Goiás reiterou que "há uma série de evidências que levam a crer, de fato, que não há envolvimento delas com o transporte da droga".
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