Brasil, Colômbia e México emitem nota em 'respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela'
Comunicado conjunto das presidências do Brasil, Colômbia e México pede que autoridades eleitorais venezuelanas divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação
Os governos do Brasil, México e da Colômbia exigiram nesta quinta-feira (1º) que autoridades da Venezuela avancem com rapidez na divulgação das atas eleitorais e permitam "uma verificação imparcial dos resultados" das eleições presidenciais de 28 de julho.
"Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação", assinalaram os governos em comunicado conjunto.
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"As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados", acrescentaram.
Enquanto aumenta a pressão internacional por um escrutínio transparente, os governos chefiados pelos esquerdistas Luiz Inácio Lula da Silva, Andrés Manuel López Obrador e Gustavo Petro intensificam os esforços diplomáticos em busca de soluções para a crise desatada após as eleições do último domingo.
O chanceler colombiano, Luis Gilberto Murillo, afirmou em um vídeo que Petro se comunicou com o presidente do Chile, Gabriel Boric, que “concordou com o que Brasil, Colômbia e México expressaram".
Petro, Lula e López Obrador conversaram na tarde de hoje, segundo o diplomata. A Presidência da Colômbia divulgou na rede social X (ex-Twitter) fotos que mostram os três líderes em videoconferência.
O Conselho Nacional Eleitoral venezuelano proclamou vencedor do pleito o presidente Nicolás Maduro para um terceiro mandato de seis anos com 51% dos votos, mas ainda não divulgou informações detalhadas sobre os resultados, nem publicou as atas eleitorais.
Maduro pediu à Corte Suprema para se pronunciar sobre as eleições e disse também ter evidências de sua vitória. A oposição, liderada por María Corina Machado e seu candidato, Edmundo González Urrutia, denuncia uma fraude.
O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) não conseguiu aprovar ontem uma resolução para exigir transparência ao governo venezuelano sobre as eleições contestadas. Brasil e Colômbia se abstiveram dessa votação, enquanto o México sequer atendeu à convocação para a reunião urgente.
Após a proclamação de Maduro como vencedor, protestos eclodiram na última segunda-feira em Caracas e outras cidades, deixando 11 civis mortos, segundo ONGs de defesa dos direitos humanos, e mais de 1.000 detidos.
Confira a mensagem na íntegra:
"Fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e seus eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos", pediram os três países no comunicado.
Os governos do Brasil, Colômbia e México felicitamos e expressamos nossa solidariedade com o povo venezuelano, que compareceu massivamente às urnas em 28 de julho para definir seu próprio futuro.
Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação.
As controvérsias sobre o processo eleitoral devem ser dirimidas pela via institucional. O princípio fundamental da soberania popular deve ser respeitado mediante a verificação imparcial dos resultados.
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Nesse contexto, fazemos um chamado aos atores políticos e sociais a exercerem a máxima cautela e contenção em suas manifestações e eventos públicos, a fim de evitar uma escalada de episódios violentos.
Manter a paz social e proteger vidas humanas devem ser as preocupações prioritárias neste momento.
Que esta seja uma oportunidade para expressar, novamente, nosso absoluto respeito pela soberania da vontade do povo da Venezuela. Reiteramos nossa disposição para apoiar os esforços de diálogo e busca de acordos que beneficiem o povo venezuelano.
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