‘Hétero Top’: Maurício Filho deverá passar as festas de final de ano na cadeia
O rapaz está preso desde o dia 9 de dezembro e, atualmente, se encontra na Cadeia Pública para Jovens e Adultos (CPJA), no Complexo Penitenciário de Santa Izabel
Maurício César Mendes Rocha Filho, 25 anos, acusado de vazar um vídeo íntimo da influenciadora Luma Bony, deverá passar as festas de Natal e Ano Novo na cadeia. O “Hétero Top”, como ele se autointitulava, está preso desde o dia 9 de dezembro e, atualmente, se encontra na Cadeia Pública para Jovens e Adultos (CPJA), no Complexo Penitenciário de Santa Izabel.
“A prisão está mantida e não há indicativos que justifiquem sua revogação, razão pela qual ele passará as festas de fim de ano no cárcere”, disse nesta quarta-feira (21) o advogado da família Bony, Filipe Silveira. Ele explicou que as investigações continuam sendo desenvolvidas pela Polícia Civil do Pará. Oficialmente, de acordo com o criminalista, sete vítimas já procuraram a polícia para denunciar Maurício, mas o número pode ser bem maior.
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“Algumas meninas compareceram à Delegacia da Mulher e apresentaram relatos semelhantes sobre a conduta do Maurício. Algumas muito traumatizadas, inclusive”, afirmou Filipe. Questionado sobre o número de mulheres que já denunciaram Maurício, o advogado criminalista contabilizou sete depoimentos oficiais e 12 extraoficiais. Para Filipe, o medo que as vítimas sentem ainda dificulta a formalização das denúncias.
“Algumas meninas sentem muita resistência e medo do próprio Maurício, por isso, ainda não fizeram oficialmente registros”, explicou.
Defesa da família Bony não acredita em arquivamento das investigações
O advogado criminalista Filipe Silveira explicou quais serão os próximos passos do processo que investiga a morte da influenciadora Luma Bony. Ele declarou ainda que não acredita no arquivamento das investigações por parte do Ministério Público do Pará (MPPA), que deverá iniciar o procedimento de denunciação de Maurício Filho.
“As investigações iniciaram por conta de uma possível divulgação de cenas de sexo na internet. Durante essas investigações, a hipótese de acusação foi ampliada para outros delitos, inclusive a possibilidade de estupro de vulnerável. Também se percebeu uma possibilidade de destruição de provas e, por conta dessas preocupações, vieram os pedidos de medida cautelar. Dentre elas, a prisão e realização de busca e apreensão que ocorreram no dia 9 de dezembro”, explicou Filipe.
Ainda segundo o criminalista, outros fatores chamaram atenção das autoridades policiais. “Outras pessoas surgiram, quando tomaram conhecimento, e fizeram relatos muito semelhantes sobre tudo aquilo que estava sendo investigado. Também surgiu, de maneira não oficial, a manifestação de um suposto amigo do Maurício Filho que mostrava que ele tinha conhecimento sobre essas situações, inclusive, que ele poderia ter vídeos do caso da Luma, que também chamou atenção das autoridades”, relatou o criminalista.
“Como as investigações buscam identificar alguns fatos diversos, elas continuam para se saber se, além daquela divulgação ocorrida que, posteriormente, levou à morte da Luma se existem outros fatos que mereçam a atenção da Justiça”, acrescentou.
“Atualmente o Maurício se encontra preso. Os motivos para a prisão preventiva seriam a possibilidade de reiteração delitiva, a própria periculosidade dele, o abalo à ordem pública, que se manifesta por meio do escândalo que esse caso traz consigo. Todos esses requisitos continuam presentes, continuam atuais. Então, aparentemente, não há nenhum motivo para a revogação dessa prisão”, defendeu.
“No próximo passo, na medida em que as investigações vão encerrando, a polícia encaminha ao Ministério Público, e o Ministério Público pode: acatar a sugestão do delegado e apresentar denúncia para iniciar o processo penal; discordar da sugestão do delegado, apresentando denúncias por outros crimes que ele entende presentes; pedir mais diligências ao delegado; ou na hipótese mais remota de todas, pedir o arquivamento da investigação”, detalhou.
Para Filipe, existem dados e indícios no processo que “apontam muito fortemente para a ocorrência desses fatos e que colocam o Maurício no centro de todas essas investigações”. “Além disso, existem antecedentes sobre este rapaz que estão disponíveis às autoridades e ao público em geral tramitando no Poder Judiciário, inclusive da própria madrasta dele, que entrou com uma medida protetiva contra ele, justamente por comportamentos agressivos e realizados enquanto ela estava grávida”, destacou.
“Todo o contexto e cenário não sugerem qualquer tipo de arquivamento e, muito pelo contrário, a cada momento que se aprofundam as investigações, a periculosidade, o comportamento desviado desse rapaz fica cada vez mais evidente. O que se espera agora é que, com a finalização dessas investigações, o Ministério Público inicie o processo de denunciação a ele, que é iniciar o processo penal”, desejou.
“Aí vai se abrir prazo para defesa. Depois se inicia a instrução processual e sentença. Existem também documentos técnicos, como laudos oficiais produzidos pela Polícia Científica, que comprovam a exposição, que comprovam que a Luma foi drogada, que confirmam sobre o aspecto técnico todo esse contexto. Além da questão testemunhal, existem provas muito fortes que apontam a ocorrência do crime para a autoria do Maurício”, defendeu Filipe.
Relembre o caso
Maurício Filho está preso desde o último dia 9 e também já teve um pedido de soltura negado pela Justiça Paraense. Ele é acusado de vazar um vídeo íntimo da influenciadora Luma Bony. Segundo a família da jovem, o acusado teria embebedado, drogado, abusado e filmado Luma, que estava desacordada. Os parentes afirmam ainda que ele é responsável pela morte da influenciadora.
Maurício publicou o vídeo íntimo em sua antiga rede social, no dia 6 de novembro. Dois dias depois, Luma foi encontrada morta ao cair do sétimo andar de um prédio no centro de Belém. O “Hétero Top” teria exigido dinheiro para não compartilhar a gravação da influenciadora.
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