'Hétero top': pelos menos outras seis vítimas denunciaram Maurício à polícia, afirma defesa
De acordo com o advogado criminalista, Filipe Coutinho da Silveira, que representa a família Bony, os novos registros ajudaram a entender o 'modus operandi' do acusado
O advogado criminalista Filipe Coutinho da Silveira, responsável pela defesa da família Bony, disse à Redação Integrada de O Liberal na tarde desta quinta-feira (15) que, pelo menos, outras seis mulheres denunciaram Maurício César Mendes Rocha Filho após saberem do que teria acontecido com a influenciadora Luma Bony. A defesa afirma que, com base nos depoimentos das outras vítimas, é possível identificar um "modus operandi" – modo de operação – do suspeito.
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Segundo Filipe, os dados das outras mulheres que procuram a polícia para relatar crimes cometidos pelo Maurício, foram encaminhados à Polícia Judiciária, para “traçar o perfil de periculosidade desse suspeito”. Ele afirma que as novas informações, que chegaram ao conhecimento das autoridades, são necessárias para “fundamentar a prisão” do acusado.
“Todos os dias surgem novas denúncias de maneira não oficial, nas redes sociais. Não tenho como precisar um número exato de vítimas, mas tem, pelo menos, outras seis pessoas que, recentemente, fizeram ocorrências contra o Maurício”, disse o advogado.
Como agia o ‘hétero top’
Maurício se aproximava das meninas e praticava violências sexuais e psicológicas após elas ingerirem, em abundância, bebidas alcoólicas ou drogas. Após tudo isso, o acusado chantageava e ameaçava as vítimas. É o que afirma a defesa. A família de Luma acusa Maurício de cometer os mesmos crimes.
De acordo com os parentes, ele teria embebedado, drogado, abusado e filmado a jovem, que estava desacordada. Os familiares afirmam que Maurício é responsável pela morte de Luma. Ele publicou um vídeo íntimo em sua antiga rede social, no dia 6 de novembro, três dias antes da morte da influenciadora.
“Todos os relatos mostram a mesma forma de agir e modus operandi. O Maurício se aproximava das meninas, geralmente, as violências ocorriam após a ingestão de tóxicos ou de excesso de álcool. Depois se seguia um processo de extorsão e ameaças. Os relatos identificam o mesmo modo de agir, o que chamou a atenção da Polícia judiciária. O que me parece muito significativo é que nós estamos diante de um contexto fático, que indica uma atitude serial, um comportamento típico de um predador sexual e que também reflete, de uma forma evidente, que tudo isso decorre de uma cultura do estupro que persegue a composição da nossa sociedade. Muito provavelmente, o Poder Judiciário brasileiro vai analisar esse caso e demonstrar toda intolerância que a população tem nesse tipo de comportamento”, concluiu Filipe.
Vítima denunciou Maurício na terça-feira (13) na Delegacia da Mulher
A comunicadora Bruna Lorrane, que vem acompanhando o caso de perto, compartilhou na quarta-feira (14) que outra vítima denunciou Maurício na Delegacia da Mulher (DEAM) no dia anterior. A vítima narrou a Bruna, tudo que passou nas mãos do acusado.
Ela afirma que Maurício teria usado da vulnerabilidade. A jovem teria sido drogada e depois tido relações sexuais com o acusado. Ela contou que até os dias de hoje faz tratamento, por conta de não lembrar das coisas que fez com Maurício.
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