Condenados por chacina no Ceará fogem de viatura a caminho do presídio
Os três condenados arrombaram a grade da cela do veículo. Os policiais de escolta só perceberam depois.
Três homens condenados a 207 anos de prisão fugiram da viatura que os conduzia até a unidade prisional, logo após o julgamento, em Fortaleza, no Ceará, na noite da sexta-feira (25). Mateus Fernandes de Sousa, o “Gato a Jato”; Izaias Maciel da Costa, o “Mucuim”; e Francisco Fábio Aragão da Silva, o “Pão”, são considerados de alta periculosidade. Eles foram condenados pela Chacina de Quixeramobim, cidade do interior daquele estado, que vitimou quatro pessoas, em 2018.
Mateus foi condenado a 66 anos de prisão, enquanto Izaías e Francisco pegaram 70 anos e oito meses de reclusão cada um, no julgamento da 1ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza.
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A fuga ocorreu com o veículo em movimento. O trio arrombou a grade da cela da viatura e fugiu. Após notarem a fuga, foi iniciada a busca aos foragidos, inclusive, com o uso de drones e câmeras termais.
A Secretaria de Administração Penitenciária do Ceará divulgou nota informando que abriu uma investigação interna rigorosa para apurar a fuga do trio e também comunicou o caso para a Delegacia de Assuntos Internos.
Os três réus foram condenados por homicídios qualificados por motivo torpe - que foi a disputa de facções criminosas - e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas, bem como por integrarem organização criminosa.
A presidente do Conselho Penitenciário do Ceará (Copen), Ruth Leite Vieira, disse ter recebido denúncias de policiais penais que não quiseram se identificar. Eles disseram que apenas três agentes estavam fazendo a escolta dos presos. "São presos de alta periculosidade, conduzidos por três policiais penais na madrugada, com grandes chances de fuga ou resgate. É uma escolta inadequada em razão das circunstâncias", apontou.
Crime
A chacina ocorreu em 28 de junho de 2018, no Assentamento Irmã Tereza, em Quixeramobim. Um grupo de homens encapuzados chegou em carros e motos ao local e passou a atirar contra as pessoas que estavam em uma casa.
Três mulheres, incluindo uma adolescente, e um homem morreram: Antônia Damila Alves Pereira, de 25 anos, que respondia por tráfico de drogas, Francisco Neto Lopes de Sousa, de 22, com passagem por homicídio doloso, enquanto as outras duas vítimas, Antônia Heyla Ferreira Galdino, de 20, e Débora Mayra do Nascimento de Souza, de 16, naõ possuíam antecedentes criminais.
Além deles, outro homem foi baleado, mas sobreviveu.
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