Tuberculose: número de casos da doença e de óbitos diminuiu no Pará, segundo a Sespa

A vacina BCG está disponível nas salas de vacinação das Unidades Básicas de Saúde de Belém e pode ser aplicada em crianças de até 5 anos de idade

Dilson Pimentel
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Apesar do número de casos e mortes por tuberculose ter aumentado em todo o mundo, no Pará houve uma redução nos registros da doença e dos óbitos. A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou que, em 2021, foram registrados 4.133 casos da doença e 238 óbitos por tuberculose.

Comparado com 2020, houve uma redução, quando os dados apontavam para 4.293 casos e 250 mortes pela doença. Entre as medidas de prevenção da tuberculose é importante a vacinação de todas as crianças de 0 a 4 anos com a BCG, pois essa estratégia evita as formas graves da doença.

No que se refere ao combate da doença no Pará, a Sespa também informou que capacita profissionais e presta assessoria técnica aos municípios, que por sua vez são responsáveis pela execução das ações com a população.

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou que a vacina BCG está disponível nas salas de vacinação das Unidades Básicas de Saúde de Belém e pode ser aplicada em crianças de até 5 anos de idade, mas, preferencialmente, recém-nascidos são prioridade, conforme preconiza o Ministério da Saúde.

Quem apresentar sintomas de tuberculose pode se dirigir a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência, onde é feito o exame do escarro e caso positivo, lá mesmo inicia o tratamento com a dispensação de medicação.

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Em 2021, 1,6 milhão de pessoas morreram em virtude da tuberculose, diz a OMS

O número de casos e mortes por tuberculose aumentou em todo o mundo, após anos de queda no registro da doença. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os isolamentos ligados à covid-19 limitaram o diagnóstico e o acesso a tratamentos.

Dados do Relatório Global Tuberculose 2022 da OMS indicam que, em 2021, cerca de 10,6 milhões de pessoas contraíram a doença, um aumento de 4,5% em relação a 2020 e 1,6 milhão de pessoas morreram em virtude da tuberculose.  As informações são da Agência Brasil.

O documento indica que a carga de tuberculose resistente a medicamentos também aumentou 3% entre 2020 e 2021, com 450 mil novos casos da doença resistente ao medicamento rifampicina em 2021. Segundo a OMS, esta é a primeira vez após anos que um aumento é relatado entre o número de pessoas que adoecem com tuberculose.

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Os serviços relacionados à tuberculose estão entre diversos que foram interrompidos pela pandemia

Para a organização, os serviços relacionados à tuberculose estão entre diversos que foram interrompidos pela pandemia de covid-19 em 2021, mas seu impacto na resposta à doença foi “particularmente grave”. Conflitos em curso na Europa Oriental, na África e no Oriente Médio agravaram a situação das populações vulneráveis.

“Se a pandemia nos ensinou alguma coisa, é que com solidariedade, determinação, inovação e o uso equitativo de ferramentas, podemos superar graves ameaças à saúde. Vamos aplicar essas lições à tuberculose. É hora de acabar com esse assassinato antigo. Trabalhando juntos, podemos acabar com a tuberculose”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom.

O relatório da OMS apontou ainda que 26,3 milhões de pessoas receberam tratamento para tuberculose entre 2018 e 2021. A quantidade de tratados está abaixo das metas estabelecidas para 2018–2022, que é de 40 milhões de pessoas em tratamento.

Saiba o que é tuberculose

A tuberculose é uma doença infecciosa, transmissível e uma das principais causas de morte em todo o mundo. Até a pandemia, a tuberculose era a principal causa de morte de um único agente infeccioso, classificado acima do HIV/AIDS.

A doença é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, e afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e ou sistemas. O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse. Essa tosse pode ser seca ou com catarro.

A transmissão da doença acontece por via respiratória, pela eliminação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), sem tratamento; e a inalação de aerossóis por um indivíduo suscetível.

Segundo a OMS, a tuberculose é evitável e curável. Cerca de 85% das pessoas que desenvolvem tuberculose podem ser tratadas com sucesso com um regime medicamentoso de 4 a 6 meses; o tratamento tem o benefício adicional de reduzir a transmissão da infecção.

Atenção

Para o médico pneumologista Carlos Albério, os dados fornecidos pela Sespa têm que ser analisados com muito cuidado. "Na realidade, a redução no número de casos notificados entre os anos de 2020-2021 tem íntima relação com a redução na realização de exames para o diagnóstico da doença, havendo, desta forma, um subdiagnóstico e não representando realmente uma redução no número de casos. Em relação à mortalidade e redução foi ínfima. Em torno de 4%. Na prática clínica, consideramos que está estável" afirma.

O médico frisa que a vacina BCG é realizada somente em crianças menores de 5 anos de idade, e confere proteção contra as formas graves da doença (tuberculose disseminada e meningite tuberculosa). A vacina não evita que a pessoa seja infectada e desenvolva a doença. "A doença acomete principalmente as vias respiratórias e os pulmões (tuberculose laríngea e pulmonar) em cerca de 85% dos casos. Nos outros 15%, pode haver acometimento de outros órgãos e estruturas como pleura, gânglios, ossos, sistema nervoso central, rins e intestino", ressalta.

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