População do oeste do Pará deve evitar água de inundações, alerta Sespa

Segundo a Secretaria, foram registrados 124 casos suspeitos de leptospirose em Santarém, neste ano

O Liberal
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Em nota técnica divulgada nesta terça-feira (4), a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) recomenda à população do oeste do Estado que evite nadar, tomar banho ou beber água doce de fonte que possa estar contaminada pela água proveniente das inundações que vêm castigando a região. "A medida visa prevenir casos de leptospirose que costumam aumentar neste período de chuva e consequente cheia dos rios. A doença é transmitida principalmente pela urina de roedores, quando há contato da água contaminada com cortes ou arranhões na pele. Só neste ano foram registrados 124 casos suspeitos em Santarém", informa a Secretaria.

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Em Santarém, município-polo da região e do Estado, agentes comunitários de saúde e de combate às endemias são capacitados para o controle de zoonoses, com foco na prevenção a casos de leptospirose e na contenção da proliferação do caramujo africano. A capacitação é feita pela Prefeitura.

“Essas qualificações são essenciais para que possamos conter essas zoonoses. Nosso compromisso é assegurar que a população tenha acesso a assistência ágil e qualificada. Para isso, estamos investindo na capacitação dos profissionais", informa a coordenadora da Divisão Especializada de Controle de Zoonose (DECZ) da Semsa, Rose Grace Brito.

image Agentes de Saúde são capacitados para atuar na prevenção a zoonoses (Divulgação / Ascom Prefeitura de Santarém)

Leptospira

A leptospirose é uma doença infecciosa febril causada por uma bactéria do gênero Leptospira. A transmissão ocorre quando a pele, com ou sem lesão, entra em contato com a água contaminada pela bactéria presente na urina dos ratos.

Em 2022, o DECZ notificou 95 casos da doença no município de Santarém, sendo 6 confirmados, 5 inconclusivos e 84 descartados. Este ano, 9 casos foram notificados, dos quais 3 foram confirmados, 5 descartados e  um ficou inconclusivo. Duas pessoas do sexo masculino foram à óbito. 

Caramujos 

Outro problema comum no período chuvoso é a proliferação do caramujo africano. Esse molusco libera um muco que pode transmitir vermes ausadores de doenças infecciosas, como a meningite (Angiostrongilíase Meningoencefálica) e a perfuração intestinal (Angiostrongilíase Abdominal). Além disso, quando as conchas não são descartadas da maneira correta servem de criadouros para o mosquito Aedes aegypti, vetor transmissor de três arboviroses: dengue, chikungunya e zika vírus

O caramujo africano não deve ser confundido com as espécies nativas. Além da eliminação dos moluscos brasileiros serem considerados crime ambiental, pode causar desequilíbrio biológico. A concha do caramujo africano é mais alongada e pontiaguda, tendo uma coloração mais escura.

Orientações para a população contra a leptospirose:

• Evitar o contato com água de enchentes ou lama.

• Realizar a limpeza de ambientes da casa eventualmente atingidos por inundações.

• Afastar os roedores das residências; não jogar lixo e entulho nos córregos, bueiros ou ruas.

• Manter alimentos guardados em recipientes bem fechados e em locais elevados.

• Não descartar restos de alimentos no quintal ou terrenos baldios.

• Armazenar o lixo em recipientes bem fechados e colocar pouco antes dos coletores passarem, “ele é a principal fonte de alimento para os ratos”.

• Manter limpos quintais, terrenos, ruas e margens de córregos, eliminando entulhos, materiais de construção ou objetos sem uso que servem de abrigo aos ratos.

• Fechar buracos entre telhas, paredes e rodapés.

Orientações contra o caramujo africano:

1. Para realizar a catação, as mãos devem estar protegidas com luvas ou sacos plásticos para evitar o contato com o animal.

2. Quebre as conchas para evitar criadouro do mosquito Aedes aegypti.

3. Recolher, também, os ovos, que ficam semienterrados e proceder da mesma forma usada para os animais coletados.

4. Coloque o molusco em um balde contendo uma das misturas a seguir: 1 litro de água sanitária para 3 litros de água ou 1 quilo de cal ou sal grosso juntamente com 6 litros de água. Deixe os caramujos imersos por um período de 24h para garantir sua morte.

5. Retire a água e descarte os caramujos no lixo com as conchas quebradas (utilizando um martelo ou pisando com calçado adequado). Coloque para a coleta de lixo comum em dois sacos plásticos.

6. Retire as luvas e lave bem as mãos. Não jogue os animais vivos no lixo.

7. Salinização dos moluscos: Método de controle por coleta se baseia em recolher os moluscos e ovos com o auxílio de luvas, colocá-los em sacos pretos juntamente com sal grosso (desidratá-los), amarrar o saco e enterrar, porém longe dos lençóis freáticos, cisternas ou poços artesianos em valas com profundidade de 80 cm a 1,5 m revestidas por uma camada de cal virgem, que possui a função de impermeabilizar o solo e evitar que outros animais sejam atraídos. 

8. Jogar água fervente e incinerar também são opções, mas estes procedimentos devem ser realizados com segurança. 

Recomendações:

• Não consumir moluscos crus ou malcozidos.

• Não use veneno, pois pode contaminar o solo, subsolo e lençóis freáticos.

• Mantenha limpo seu quintal, evite entulhos de construções, ou outros resíduos, pois são locais de proliferação do caramujo.

• Crianças menores de 12 anos devem evitar contato com os caramujos.

•Após coletado o caramujo de forma correta, este poderá ser depositado junto ao lixo comum.

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