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Pará tem mais de 19 mil estudantes em dívida com o pagamento do Fies, aponta FNDE

No total, o Estado possui 64.255 contratos ativos do Fies - somando um saldo devedor de R$ 2,86 bilhões, com base na atualização fornecida pelos agentes financeiros do Fies em julho de 2024

Gabriel Pires

No Pará, 19.403 estudantes estão com o pagamento pendente das parcelas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) - destinado a financiar a graduação em instituições privadas -, como apontam dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O balanço considera os contratos firmados até 2017, que estão em fase de amortização ou inadimplentes em junho de 2023. No total, o Estado possui 64.255 contratos ativos do Fies - somando um saldo devedor de R$ 2,86 bilhões, com base na atualização fornecida pelos agentes financeiros do Fies em julho de 2024.

Para reverter esse quadro de inadimplência, em todo o país, o prazo para adesão ao Desenrola Fies, programa do Governo Federal que facilita a renegociação de dívidas do programa estudantil, que terminaria no dia 31 de agosto, foi prorrogado para o dia 31 de dezembro deste ano. O sistema de negociação foi desenvolvido para atender ao maior número possível de beneficiários, oferecendo condições favoráveis para a regularização das pendências financeiras dos estudantes - com descontos de até 99%.

Estão aptos a solicitar renegociação pelo Desenrola Fies aqueles com dívidas em contratos firmados até 2017 e inadimplentes até 30 de junho de 2023. A partir daí, os descontos e as condições podem variar de acordo com o perfil do devedor. Estudantes com dívidas em atraso há mais de 360 dias e inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) ou beneficiários do auxílio emergencial podem obter descontos de até 99%. Os pagamentos são feitos à vista ou em parcelas.

Fies é uma das portas de entrada para a graduação

Em todo o Brasil, o programa estudantil é uma das portas de acesso para a graduação. Para muitos estudantes, o Fies se mostra como uma oportunidade de futuro e, até mesmo, como a única forma de ingressar no ensino superior. É o caso da acadêmica Dandara Coimbra, que está no quarto semestre de publicidade e propaganda e está em dia com as parcelas. Hoje, a futura comunicadora já pode vislumbrar um futuro profissional graças ao financiamento que conquistou. 

Para mais adiante, Dandara já sonha em cursar jornalismo. Mas sem o financiamento, a estudante diz que talvez nem teria chegado a cursar uma graduação. “Eu acredito que eu não estaria cursando [o curso de publicidade]. Até porque a minha família é uma de renda baixa. E a minha irmã já cursa [uma faculdade particular]. Então, se não fosse pelo Fies, nem eu, nem ela estaria cursando, porque minha família não tem uma estrutura para conseguir bancar duas faculdades. Seriam dois gastos. Eu sempre vim de escola pública”, conta a jovem.

image Estudante relata como o Fies mudou a vida dela (Foto: Thiago Gomes / O Liberal)

Sobre a escolha do curso, Dandara explica: “Eu entrei para publicidade porque era uma área que eu já me identificava e eu vi ali uma oportunidade. Eu achava que a publicidade era só uma caixinha fechada, mas tem diversas outras coisas que a gente não sabia fora do curso. E o Fies veio ajudando muito nesse sentido. Eu acho até válido algumas pessoas falarem um pouco mais sobre o Fies, porque eu conheço muita gente que não conhece o financiamento. E que seria uma porta [para as pessoas]”, diz a estudante.

Fies democratiza o acesso ao ensino superior, diz professora 

A professora Elaine Grecchi destaca que o financiamento estudantil garante a democratização da educação e amplia as oportunidades de acesso ao ensino superior. “ Depois do FIES, nós conseguimos visualizar nas instituições de ensino um outro público tendo acesso. Quando alguém tem oportunidade de fazer um ensino superior e, depois, continuar fazendo uma pós-graduação, ela tem acesso a salários e posições melhores no mercado de trabalho. Isso muda a vida daquele estudante e da família”, explica.

“Desde a criação do programa, a gente entende que isso democratizou o acesso à educação superior para as pessoas. Um dos critérios para acesso ao Fies é que a pessoa tenha até três salários mínimos de renda per capita. Então por pessoa na família até três salários mínimos de renda. É uma renda que, para muitas famílias, compromete boa parte do rendimento. Quando a gente tem a possibilidade desse aluno financiar, nós ampliamos esse público que vai ter acesso ao ensino superior”, completa a professora.

image Financiamento estudantil garante a democratização do ensino, considera a professora (Foto: Thiago Gomes / O Liberal)

Para evitar a inadimplência e pendências no pagamento do financiamento, Elaine pontua que é necessário planejamento financeiro já desde a graduação. “Quando você se forma, você começa a pagar um mês depois da sua formatura. Esse valor que será pago para o Governo Federal é calculado em cima da renda que aquele antigo aluno vai obter naquele momento. Caso essa pessoa fornada fique inadimplente ou perca o emprego, esse valor pode ser negociado, para que se não tenha o nome negativado”. 

Canais de atendimento do Desenrola Fies  

O Ministério da Educação (MEC) e o FNDE disponibilizam o Fale Conosco e o telefone 0800 616161 como meios de sanar dúvidas e obter mais informações sobre o Desenrola Fies.   

Caixa Econômica Federal 

  • Acesse o aplicativo da Caixa no seu celular.    
  • Entre em contato pelo WhatsApp no número 0800 104 0 104.    
  • Ligações podem ser feitas pelo número 4004 0 104 (para capitais e regiões metropolitanas) ou 0800 104 0 104 (para as demais regiões do país).     

 
Banco do Brasil (BB)   

  • Utilize o aplicativo do BB no seu celular.    
  • Entre em contato pelo WhatsApp no número 61 4004 0001.    
  • Ligue para a Central de Atendimento do BB pelo número 0800 729 0001.   

Fonte: MEC

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