'Não há surto da doença', diz secretário de gestão da política de saúde do Pará sobre Mpox
Segundo a Sespa, neste ano, até o dia 23 de abril, foram confirmados 19 casos, sendo 14 em Belém, 3 em Ananindeua, 1 em Marituba e 1 caso importado de outro estado
O secretário adjunto de gestão da política de saúde do Pará, Sipriano Ferraz, disse, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (28/4), que não há surto de Mpox no estado. “Precisamos deixar claro que entendemos a ansiedade e os traumas que todos nós adquirimos desde a época da covid 19”, disse ele.
Segundo o titular da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), Romulo Nina, o caso do paciente atendido no PSM da 14 de Março ganhou destaque por conta da repercussão, mas reforçou que a Mpox não foi confirmada como causa da morte deste paciente que o cenário geral da doença está sob controle no estado, não havendo surto em Belém.
De acordo com o secretário, o paciente chegou a ser liberado inicialmente porque não apresentava sinais de gravidade e poderia cumprir o isolamento em casa. No entanto, posteriormente, retornou ao hospital e acabou falecendo. “O relatório epidemiológico apontou que a causa da morte foram complicações respiratórias por outras doenças”, afirmou Romulo Nina.
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Durante a coletiva de imprensa, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) divulgou os números atualizados de Mpox no Pará, confirmando 19 casos da doença em 2025, contabilizados até o dia 23 de abril, sendo 14 em Belém, 3 em Ananindeua, 1 em Marituba e 1 caso importado de outro estado. No mesmo período, dois óbitos foram registrados, um em Belém e outro em Ananindeua, ambos em pacientes que também apresentavam comorbidades que aumentam o risco de agravamento da doença. No ano passado inteiro, 64 casos foram registrados, sem mortes.
Em 2023, foram 27 casos, com apenas um óbito pela doença. "O nosso número de casos confirmados está abaixo da linha de corte média do Brasil. O aceitável é um indicador de 1.0 e o estado do Pará hoje tem 0.7 - um número de casos extremamente aceitável pelas diretrizes para nós preconizadas", pontua o secretário adjunto de gestão de Política da Saúde da Sespa, Sipriano Ferraz. Sipriano Ferraz também destacou que as unidades de saúde seguem com medidas contínuas, como capacitação das equipes, agilidade no diagnóstico e condução adequada dos casos — tanto os leves, com isolamento domiciliar, quanto os mais graves.
Pessoas com HIV são grupo de risco, alerta o secretário. Sipriano Ferraz destacou que pessoas vivendo com HIV formam o grupo de maior risco para casos graves de Mpox, especialmente aquelas com a imunidade comprometida. Ele explicou que o tratamento da doença é baseado em suporte clínico, já que não há medicamento específico contra a infecção. Por isso, a orientação às secretarias municipais de saúde é que, ao surgirem os primeiros sintomas em pacientes soropositivos, os casos sejam notificados e monitorados de imediato.
“A Mpox pode se manifestar de forma mais agressiva em pessoas com HIV e imunidade muito baixa, por isso é fundamental a ação rápida para minimizar a doença e evitar óbitos”, afirmou o secretário.
Quando suspeitar de Mpox?
De acordo com o secretário Romulo Nina, a pessoa deve ser considerada um caso suspeito de Mpox quando apresenta lesões vesiculosas ou crostosas acompanhadas de sintomas gerais, como febre e mal-estar. Nesses casos, é realizado um exame com swab das lesões, que é encaminhado para teste laboratorial que confirma ou descarta a infecção.
O que é a MPOX?
A MPOX é uma doença causada pelo MPOX vírus (MPXV), do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. É uma doença zoonótica viral, com transmissão rápida, que exige atenção.
Como a MPOX é transmitida?
- Contato com pessoas infectadas
- Materiais e superfícies contaminadas
- Pele lesionada ou fluidos corporais
Conheça os principais sintomas
- Erupções na pele
- Febre
- Dor de cabeça, calafrios e fraqueza
- Dores no corpo
- Ínguas no pescoço
Como se prevenir?
- Evite contato direto com suspeitos
- Não compartilhe objetos pessoais
- Higienize as mãos
- Use luvas e máscara se necessário
O que fazer ao apresentar sintomas?
As crostas das lesões indicam o fim da transmissão, que dura de 2 a 4 semanas. Se apresentar sintomas, procure a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Unidade Municipal de Saúde (UMS) ou Unidade Básica de Saúde (UBS) imediatamente e adote medidas de prevenção, como se isolar de atividades sociais e coletivas, se possível, evitar contato próximo com outras pessoas e higienizar as mãos regularmente. Fonte: Secretaria de Saúde Pública (SESPA) e Ministério da Saúde
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