Janeiro Branco: campanha alerta para os cuidados com a saúde mental
O psiquiatra Dirceu Rigoni explica que é fundamental debater a saúde mental, pois ainda há dificuldade na busca de cuidados
A campanha Janeiro Branco começou e visa alertar para os cuidados com a saúde mental e emocional da população, a partir da prevenção das doenças decorrentes do estresse, como ansiedade, depressão e pânico. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em 2024, foram realizados 14.392 atendimentos de usuários do SUS nos Centros de Atenção Psicossocial estaduais, representando um aumento de mais de 20% em relação ao ano de 2023, quando foram atendidas 11.352 pessoas.
O psiquiatra Dirceu Rigoni explica que é fundamental debater a saúde mental, pois ainda há dificuldade para que as pessoas busquem cuidados antes dos quadros ficarem piores. Também é importante para poder melhor conscientizar a sociedade sobre a necessidade de ter melhores serviços, principalmente no SUS, de atendimento aos pacientes.
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Sobre as principais doenças relacionadas à saúde mental que acometem a maioria da população. o psiquiatra destaca os transtornos depressivos e ansiosos, “mas não podemos esquecer dos transtornos do neurodesenvolvimento (e.g. espectro autista e TDAH) e dos transtornos por uso de substâncias. Um grupo grande que engloba vários transtornos são os transtornos de personalidade. Outros importantes transtornos, mas menos prevalentes comparativamente, são a esquizofrenia e o transtorno bipolar”, pontua.
Os hábitos de vida são fundamentais para prevenção, principalmente no equilíbrio das ações. Para o psiquiatra, ter uma qualidade de sono adequada, evitando irregularidades de horário, telas no horário de dormir, comer comida muito pesada. Evitar o uso excessivo de álcool. Evitar o uso de drogas no geral. Ter uma alimentação saudável e controlar o peso (sem excessos). Praticar atividades físicas de acordo com o que lhe é possível. Evitar ao máximo que possível problemas que não são seus. Buscar equilibrar a vida de trabalho com práticas de lazer, não exagerando de nenhum dos dois. Evitar comparações e uso excessivo de redes sociais.
Quando procurar ajuda
De forma geral, Dirceu Rigoni explica que quando há um sofrimento psíquico e/ou algum prejuízo funcional para o indivíduo. De forma mais específica, quando há preocupações constantes, insônia, medo, tristeza recorrente e intensa (principalmente desmotivada), indisposição para as atividades do cotidiano, irritabilidade, dificuldade de concentração e afins. Em casos mais graves, como comportamento agressivo, desorganizado, que tenha risco para si ou para outros, é importante buscar primeiro a emergência psiquiátrica ou emergência clínica (UPAs e HPSM).
O usuário pode ir a uma Unidade Básica de Saúde para ser encaminhada ou ir diretamente ao CAPS. Para saber mais sobre a Rede de Atenção Psicossocial e como funciona cada serviço, acesse o link: http://www.saude.pa.gov.br/servicos/ao-publico/locais-de-atendimento/centros-de-atencao-psicossocialcaps/
Tratamento
Os usuários podem ser atendidos nos 95 CAPS de gestão municipal ou nos 6 de gestão estadual, sendo cinco em Belém e um em Santarém.
O que é oferecido à população?
Os CAPSs oferecem atendimento com equipe multidisciplinar e diversas terapêuticas, para propiciar ao paciente melhor qualidade de vida e inclusão produtiva possível. O atendimento de emergência psiquiátrica está disponível na Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna.
s doenças mentais podem ser causadas por uma série de fatores, como genética, estresse, abuso de substâncias e traumas. Nesse rol entram também os transtornos de humor, esquizofrenia e o transtorno bipolar.
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