Herpes-Zóster: especialista explica quais os sintomas e formas de tratamentos da doença
Conhecida popularmente como "cobreiro", é uma doença causada pelo vírus Varicella-Zoster, o mesmo que causa a catapora
É comum que algumas pessoas que já tiveram catapora, depois de muitos anos, especialmente quando estão mais velhas, desenvolvam erupções pelo corpo que facilmente podem ser confundidas com dermatites ou outras doenças de pele. No entanto, trata-se da Herpes-Zóster, causada pelo mesmo vírus, o Varicella-Zoster. Pensando na similaridade das infecções, o Grupo Liberal consultou um especialista que explicou o que é a doença, como tratar e seus sintomas, confira.
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Quais os principais sintomas?
O médico infectologista, Alessandre Guimarães, explica que o herpes-zoster é uma doença infecciosa aguda causada por um vírus que fica latente (adormecido) no organismo, sendo o mesmo vírus que causa a varicela comum, conhecida como catapora. Então, o indivíduo não vacinado na infância e nem na adolescência contra catapora, a partir dos 50 anos pode desenvolver a doença, que agora (nessa faixa etária) é mais conhecida como “cobreiro”.
“É uma doença extremamente desagradável e incômoda, que causa as mesmas lesões, bem parecidas com a da catapora, só que, acompanha um segmento do corpo. A gente chama de “dermátomo” ou trajeto de um nervo, porque esse vírus, o vírus da varicela zoster, se aloja em um grande nervo, que pode ser numa faixa da costa, na metade da face, abaixo dos seios (são os locais mais comuns) e ocasionar a lesão (destruição) deste nervo o que gera muita, muita dor no paciente”, informa o médico. Em geral, não causa febre, não causa dor de cabeça, nem outro sintoma que não seja decorrente da presença das lesões no corpo.
Diferença da Herpes-zóster para catapora
Para o especialista, a diferença básica está na faixa etária ou fase que o indivíduo é acometido, pois apesar do vírus ser o mesmo, cada doença se manifesta de uma forma. Na catapora, as lesões ocorrem numa magnitude que abrange todo o corpo, na zoster acompanha um segmento ou “dermátomo”. Enquanto na catapora a gente vê a febre, e prostração, a dor de cabeça, o prurido (coceira às bolhas ou vesículas que “estouram”)
No caso do herpes-zóster, Guimarães explica que é muito mais intensa a dor (devido à lesão do nervo), em um indivíduo adulto, geralmente idoso, devido não ter se vacinado contra Zoster e estar 3 vezes mais sujeito a ter a doença do que uma pessoa vacinada, bastando um momento de fragilidade imunológica, geralmente um abalo emocional.
Formas de tratamento da Herpes-zóster
Para o infectologista, o adequado é iniciar o tratamento logo no primeiro dia, na primeira vesícula, com antiviral. Porém, devem ser tomados na dose correta para tratar o zóster. Quando mais tarde for iniciado o antiviral, ou não ter cumprido todo o período da medicação, maior chance da doença ocasionar complicações, como lesão do nervo de maior intensidade da neuralgia pós-herpética.
Existe vacina contra a Herpes-zóster?
Lançada no Brasil em 2022, a vacina deve ser aplicada em duas doses para obter maior eficácia (> 90%), podendo ser utilizada a partir dos 18 anos e em pacientes com doenças crônicas, sendo recomendada pela Sociedade Brasileira de Imunização a partir dos 50 anos.
No entanto, o Projeto que prevê a vacina para Zoster no PNI (Programa Nacional de Imunização), está parado há mais de um ano na Câmara dos Deputados, constando ser por questões orçamentárias. Logo, as vacinas até o momento podem ser encontradas apenas nas clínicas privadas.
Lucas Quirino (Estagiário sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do núcleo de Atualidades)
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