Prazo para se vacinar contra a gripe termina em 29 de fevereiro, informa a Sespa
A meta de cobertura está abaixo da almejada pela Sespa. Doses que sobrarem serão recolhidas dos postos de saúde
A população paraense tem dez dias para tomar a vacina contra a Influenza (gripe). A campanha vai se encerrar dia 29 de fevereiro e, a partir do dia 1º de março, não haverá mais doses disponíveis para a vacinação. A informação é da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Imunização.
A vacinação contra a Influenza na Região Norte começou no dia 13 de novembro de 2023 com a finalidade de proteger a população amazônica antes do período chuvoso, no entanto, até o momento, a meta de cobertura vacinal não foi alcançada. O objetivo da vacinação é reduzir as complicações, as internações e a mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus da influenza principalmente nos grupos prioritários, mas agora está aberta para a população em geral.
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O médico infectologista, Alessandre Guimarães, explica que devido a gripe ser uma doença de fácil propagação e que circula sazonalmente, principalmente com maior disseminação nos períodos mais chuvosos, qualquer pessoa pode acabar se infectando com o vírus da gripe. Logo, a vacina protege o imunizado, evitando que ele tenha formas graves da doença e outras pessoas mais vulneráveis para que igualmente não venham a adoecer e morrer.
“Com mais pessoas vacinadas, ocorre uma 'pressão de proteção' e menos o vírus tende a circular causando doença, menos ele se espalha e poupa vidas daqueles que se tiverem a doença e podem ser acometidos pelas formas mais graves. Lembrar que em asilos existem pessoas vulneráveis, lembrar que existem muitas pessoas que fumaram a vida inteira e tem os pulmões com sequelas, lembrar que crianças e recém-nascidos têm seu sistema imunológico imaturo e os idosos passam pela imunossenescência, que é o envelhecimento do sistema imunológico”, explica o médico.
Ainda de acordo com o infectologista, a vacina da gripe possui efeitos colaterais mínimos, tendo no máximo pouca ou nenhuma dor no local da aplicação, ou uma leve tendência elevação da temperatura devido à ativação do sistema imunológico, não causando de fato a doença no indivíduo. “Ocorre que quando se vacina 'em massa', muitas pessoas podem estar em período de incubação ou podem adoecer de outras viroses (como pelo resfriado comum, causado por outros vírus) e erroneamente tendem a atribuir ao imunizante."
O barbeiro Madson Andrade, morador do bairro do Coqueiro, diz que, ao saber da campanha de vacinação, ainda em 2023, tratou de comparecer ao posto de vacinação para se imunizar. “Eu que trabalho em contato direto com as pessoas, sempre foi uma preocupação minha essas doenças respiratórias. Por isso que decidi ir logo nos primeiros dias da campanha de vacinação. Ainda mais que aqui tem esse clima que vive alternando, é muito fácil pegar uma gripe, pelo menos agora eu me sinto mais protegido”, disse
A dona de casa Tatiana Lima, que mora no município de Bragança, fala que sempre participou das campanhas de vacinação em geral, e não foi diferente com a atual de combate à gripe. “A importância da vacinação estar em aumentar a imunidade contra vírus e bactérias, e principalmente, é um ato de amor com a própria saúde e com quem vive ao nosso redor. Por isso sempre procuro participar das campanhas de vacinação proporcionada pelo governo”, alega.
Por outro lado, o motorista de aplicativo, Alexandre Padilha, diz que ainda não se vacinou devido à falta de tempo pelo seu trabalho, mas reconhece a importância de se vacinar precisar tirar um tempo para poder se imunizar antes do fim do prazo. “Eu ainda não tive tempo de ir num posto tomar essa vacina agora, porque eu fico o dia todo rodando e quando eu paro os postos de saúde já não estão mais aplicando a vacina. Mas eu pretendo ir na próxima sexta antes de começar a trabalhar e tomar logo a vacina, aproveitar que ainda tá no prazo”, explicou ele.
Vacinação abaixo da meta
Segundo a coordenadora estadual de Imunizações da Sespa, Jaíra Ataíde, a meta é vacinar, pelo menos, 90% de um total de 2,7 milhões de pessoas dos grupos prioritários, mas até o momento, foram vacinadas 869.816 pessoas, o que representa uma cobertura de apenas 23%. “Ainda temos dez dias para reverter esse quadro e ampliar essa cobertura, quanto mais pessoas vacinadas, menor o risco de adoecimento”, alertou.
Apesar de a vacinação estar disponível para toda a população, Jaíra Ataíde ressalta que a preocupação maior é com as pessoas dos grupos prioritários que ainda não procuraram a vacina. “Até a população idosa, que era exemplo, para os demais grupos prioritários, não está procurando a vacina. A cobertura nesse público está em somente 26%”, lamentou Jaíra Ataíde.
Nos demais públicos, as coberturas vacinais são as seguintes: crianças (25%), gestantes (13%), puérperas (7%), trabalhadores de saúde (17%), e professores (15%).
A vacina ofertada pelo SUS protege contra três vírus respiratórios: Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B, e contribui efetivamente para reduzir o adoecimento, complicações e a mortalidade causada por esses três vírus respiratórios. Além disso, protege aqueles que são mais vulneráveis às doenças graves associadas à gripe, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), e a descompensação de quadros de doenças pré-existentes, que podem levar à morte.
A vacinação envolve as três esferas gestoras do Sistema Único de Saúde (SUS), contando com recursos da União e das Secretarias Estaduais (SES) e Municipais de Saúde (SMS). E nas três esferas de Governo se faz necessário integrar a vigilância epidemiológica e a atenção primária à saúde para o êxito da ação.
Por isso, Jaíra Ataíde solicita empenho das Secretarias Municipais de Saúde nesta reta final da Vacinação contra a Influenza para que mais pessoas sejam alcançadas.
Medidas de precaução
Para que casos de síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave (SRAG) não cresçam, além da vacina, é importante que a população adote as seguintes medidas preventivas:
• Cobrir o nariz e a boca com lenço de papel ao tossir ou espirrar e descartar o lenço no lixo após o uso;
• Lavar as mãos com água e sabão após tossir ou espirrar;
• Usar álcool em gel no caso de não haver disponibilidade de água e sabão;
• Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
• Realizar a limpeza e desinfecção de ambientes;
• Manter os ambientes ventilados;
• Evitar aglomerações (comuns no período chuvoso), locais fechados e mal ventilados e contato próximo com pessoas doentes;
• Usar máscara cirúrgica se estiver com síndrome gripal ou fizer parte dos grupos prioritários (imunossuprimidos, idosos, gestantes e pessoas com múltiplas comorbidades);
• Manter hidratação e alimentação saudável.
Vacinação em Belém
A campanha de vacinação conta com a disponibilidade das doses disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nas cinco Usinas da Paz localizadas na Grande Belém: Guamá, Jurunas/Condor, Terra Firme, Bengui e Cabanagem.
Lucas Quirino (Estagiário sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do núcleo de Atualidades)
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