Governo do Pará entrega Canal da Timbó, primeira obra de saneamento para a COP 30
Obra faz parte dos investimentos do estado na estruturação da capital paraense para sediar a conferência sobre mudanças climáticas promovida pela ONU, em novembro
O Governo do Pará entregou nesta segunda-feira (6) a primeira obra que estrutura Belém para sediar a COP 30 (conferência mundial sobre mudanças climáticas): o novo Canal da Timbó, que integra o pacote de investimentos em saneamento do governo do Estado visando ampliar a mobilidade e proporcionar qualidade de vida à população e aos visitantes que estarão na capital paraense para o grande evento da Organização das Nações Unidas (ONU), que será realizado entre os dias 10 e 21 de novembro deste ano.
A reconstrução do Canal da Timbó faz parte das obras de saneamento da Bacia do Tucunduba, que beneficiam mais de 300 mil pessoas. Só na Travessa da Timbó, as obras têm mais de mil metros de extensão e envolvem a retificação do canal, asfaltamento das ruas às margens, instalação de rede de abastecimento de água, esgoto e drenagem pluvial, além da construção de duas passarelas, uma ponte, ciclofaixa, aterramento de quintais e urbanização viária.
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“Esta obra iniciou dia 31 de janeiro do ano passado. Em 11 meses estamos aqui, com a obra entregue, pronta, inaugurada. Foi uma obra sonhada por muita gente, que colocou a mão na massa para poder fazer essa obra sair do papel e se transformar em realidade. Esta é a primeira obra da COP, que vem aqui para o bairro do Marco para mudar a realidade da comunidade”, disse o governador Helder Barbalho.
Novo cenário
O resultado da obra surpreendeu Irineu Vieira. Aos 79 anos, ele foi um dos primeiros moradores do local - se mudou para a Timbó nos anos 1970 -, e passou décadas convivendo com alagamentos. Agora, após a intervenção do governo estadual, Irineu e demais moradores caminham por vias urbanizadas. “Eu acho essa obra excelente. Vim para cá com 50 anos. Hoje tenho 79, e minha casa alagava. Agora, o canal não vai mais transbordar. Queria dar parabéns pro governador pela obra, pelo esforço e pelo trabalho para o povo paraense”, ressaltou.
“Esta obra é um pacote completo. Teve drenagem, esgoto, abastecimento de água, retificação do canal, pavimentação, ponte, ciclofaixa, os terrenos foram aterrados. É uma obra de qualidade, um exemplo do legado da COP. Uma obra que veio para ficar, e que vai durar por décadas na vida da gente. E será a primeira de muitas obras que virão. Hoje é um start inicial, e a gente espera espera estar perto da comunidade para ouvir as demandas de vocês, para fazer mais obras como esta”, disse a vice-governadora e presidente do Comitê Estadual da COP 30, Hana Tuma.
Legado da COP
Thelma Portela reside na área do Canal da Timbó há 50 anos, e contou que a rotina da população era bem difícil. “A realidade aqui era horrível; enchia tudo. A gente já estava perdendo a esperança. Agora, essa obra está uma maravilha! Eu espero que o governo consiga fazer muito mais”, acrescentou.
Para alegria de Thelma, o Governo do Pará vai concluir, até a COP 30, as obras em mais 12 canais – um investimento superior a R$ 1 bilhão - que beneficiará 520 mil moradores de Belém. São obras para a cidade receber a COP, mas que deixam um legado importante para a população, sanando problemas históricos de saneamento na capital paraense.
“São diversos investimentos em saneamento. Estamos falando em 17 canais já entregues. Isso significa R$ 1,6 bilhão em investimentos. É a maior entrega da história da nossa capital. Estamos falando em 560 mil pessoas diretamente beneficiadas, e continuaremos avançando para entregar este pacote de investimentos do governo do Estado, da Prefeitura, e também da parceria do governo federal para preparar Belém para a COP30”, reiterou Helder Barbalho.
Raimundo Lázaro é morador da Travessa Timbó há 42 anos, e se tornou um dos milhares de beneficiados pelos investimentos em saneamento proporcionados pela COP 30. Ele, que já acordou com a casa cheia de água após chuvas torrenciais, ressaltou o alívio com o fim dos transtornos. “Agora, é o fim do prejuízo, do sofrimento. É muito gratificante ver esse trabalho. O Governo está de parabéns”, disse Raimundo.
Saneamento
O Canal da Timbó é um dos 12 canais secundários que compõem a Bacia do Tucunduba. A obra, que também envolve os canais da Vileta, União e Leal Martins, contempla rede de abastecimento de água; rede de esgotamento sanitário; rede de drenagem pluvial; construção de pontes, passarelas e quadra poliesportiva; urbanização viária com praça, playground e academia ao ar livre e aterramento de quintais.
Milton Almeida lembrou a infância na Timbó, marcada pelo convívio com a água e a lama, e destacou as transformações no bairro do Marco devido às obras executadas pelo Governo do Pará. “A gente jogava bola na piçarra, e quando formava nuvem no céu corria pra casa para levantar os móveis por causa da enchente. Na casa da minha mãe a água dava no meio da perna, e hoje estamos vivendo uma realidade totalmente diferente. A melhoria que o Governo está trazendo para nossas vidas é coisa fora do normal”, assegurou.
Impacto social
Desde 2019, por meio da Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop), o Estado vem investindo no maior programa de macrodrenagem de canais em Belém. São obras essenciais para prevenir inundações e alagamentos, permitindo uma qualidade de vida antes inacessível à população residente às margens dos canais, que há décadas via suas casas invadidas pelas águas, principalmente no período de chuvas intensas, ficando sujeita a doenças e ao prejuízo material.
“Nós estamos falando de qualidade de vida, transporte, mobilidade. Estas obras fazem com que os serviços públicos cheguem mais rápido, a coleta de lixo, a ambulância, os serviços de transporte, como táxi e mototáxi. Não é simplesmente uma obra de reconstrução; é asfaltamento, saneamento, água e iluminação pública”, afirmou o secretário de Estado de Obras Públicas, Ruy Cabral.
O Estado já finalizou a macrodrenagem da Rua dos Mundurucus e de quatro trechos do Tucunduba, e está realizando obras nos canais União, Timbó, Caraparu, José Leal Martins, Lago Verde, Sapucajuba, Cipriano Santos, Gentil Bittencourt e Vileta. As intervenções atingem mais de 10 quilômetros em áreas que estão sendo urbanizadas, beneficiando cerca de 300 mil pessoas.
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