Dia da Mulher na Ciência: professora de robótica inspira meninas a alçarem voos mais altos
Professora e alunas mostram que tecnologia também é lugar de mulher
Em alusão ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado nesta terça-feira, 11, o exemplo de mulheres como Keila Cattete, professora de matemática e especialista em robótica, inspira as futuras gerações. Há 10 anos, Keila desenvolve seu trabalho em robótica educacional, inspirando adolescentes e meninas a conquistarem espaços na tecnologia.
Keila foi a primeira campeã do Torneio Brasileiro de Robótica, na Amazônia, em 2017, e já recebeu a Medalha Isa Cunha, concedida pela Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), por sua contribuição à tecnologia, à robótica e ao incentivo ao empreendedorismo. Sua atuação na educação e na robótica tem sido um divisor de águas para adolescentes que antes não viam a tecnologia como uma possibilidade de carreira.
Transformando desafios em oportunidades
Com a experiência de quem viu a tecnologia se tornar cada vez mais acessível, Keila acredita que incentivar meninas a entrar no mundo da robótica e da pilotagem de drones não é apenas uma questão de ensinar habilidades técnicas, mas também de abrir portas para o futuro. “É muito importante termos esse espaço. A escola agregou essa iniciativa para que mulheres e meninas possam ingressar na ciência. Nós temos um grupo de meninas que estão evoluindo, pilotando drones, e é interessante porque o mercado de trabalho, principalmente na engenharia e em várias outras áreas, ainda tem uma carência da presença feminina”, ressalta a professora.
A geração Z, segundo ela, já nasce conectada à tecnologia, mas é preciso que esse contato seja feito de maneira correta e segura. Para Keila, disciplinas como matemática, física e química podem ser trabalhadas de forma prática com drones, tornando o aprendizado mais dinâmico e eficaz. “Os alunos estão aprendendo mais matemática com o uso dos drones. A escola teve essa visão e, com as últimas oficinas para alunos, cresceu bastante. As meninas que participaram querem ser engenheiras e até mesmo advogadas, porque já entendem que o direito também está se conectando à tecnologia”, explica.
Paixão pela tecnologia e um novo olhar para os drones
A trajetória de Keila com a robótica começou há anos, mas foi em 2017, quando se tornou a primeira campeã do Torneio Brasileiro de Robótica na Amazônia, que ela decidiu expandir seus conhecimentos. “Quando fui campeã, percebi a necessidade de conhecer o ‘robô com asas’, ou seja, os drones. Eu já trabalhava com robótica terrestre, mas queria aprender mais. Fiz um curso pela Base Aérea de Belém e me tornei piloto de drone. Foi um aprendizado enriquecedor, que agregou muito ao meu conhecimento em exatas e também à didática que aplico em sala de aula”, conta. Para Keila, a tecnologia dos drones tem um potencial imenso, especialmente quando integrada ao aprendizado de disciplinas escolares.
Jovens mulheres transformando o futuro
A inspiração de Keila já impacta várias alunas, como Wemilly Mesquita, de 14 anos. Apaixonada por tecnologia desde criança, ela encontrou nos drones um caminho para o futuro. “Sempre fui muito conectada à tecnologia, mas o interesse pelos drones começou com a professora Keila. Nós temos uma relação muito próxima e, desde o 6° ano, venho aprendendo sobre física e matemática através da robótica. Hoje, quero seguir na engenharia aeroespacial”, conta Wemilly.
Com quatro anos de experiência na área, a jovem já tem projetos em mente e vê os drones como ferramentas fundamentais para a saúde e o meio ambiente. “Minha intenção é utilizar drones na área da saúde, especialmente no transporte de órgãos. Também vejo um grande potencial na botânica e no monitoramento ambiental”, explica.
Além disso, Wemilly se preocupa com o acesso à tecnologia. Ela reconhece que, para muitas crianças e jovens, o contato com drones e robótica ainda é limitado por questões financeiras. “O acesso a essa tecnologia ainda é caro e, muitas vezes, negligenciado para boa parte da sociedade. É muito importante ensinar e tornar isso mais acessível um dia, para ajudar outras crianças a descobrirem novas carreiras”, afirma.
Mais mulheres na ciência: um caminho sem volta
A presença feminina na ciência e na tecnologia cresce a cada dia, mas ainda há desafios a serem superados. Iniciativas como a da professora Keila Cattete mostram que incentivar meninas desde cedo é fundamental para mudar esse cenário. Com a robótica e a pilotagem de drones, as alunas do projeto enxergam novas possibilidades e planejam um futuro promissor, em que mulheres terão cada vez mais espaço no setor tecnológico.
O trabalho da professora Keila, que começou com a paixão pela matemática e pela robótica, hoje inspira uma nova geração de cientistas e engenheiras. O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência é uma data para lembrar que a tecnologia precisa e deve ser ocupada por todas.
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