Confronto em Novo Progresso: manifestantes contestam versão da PRF e dizem que apenas revidaram
Um homem, que diz ter sido uma das pessoas a tentar negociar a liberação da via de forma pacífica, afirma que os participantes do ato agiram em "legítima defesa"
O confronto entre agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e manifestantes que interditavam a BR-163, em Novo Progresso, sudoeste do Pará, no final da manhã desta segunda-feira (7), deixou um policial ferido. Segundo a PRF, os agentes foram atacados com rojões, pedras e objetos diversos. Mas, em áudio que circula nas redes sociais, um morador da cidade, identificado como Fábio Teixeira, que diz ter sido uma das pessoas a tentar negociar a liberação da via de forma pacífica, relata a versão dos participantes dos atos contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência.
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"Eles [a PRF] chamaram a gente para uma reunião e falaram que era para o povo desobstruir as rodovias. Enquanto eu estava conversando com o pessoal [para liberar a via], a tropa de choque invadiu", disse Fábio, que afirma que a desobstrução da BR-163 estava em andamento, quando os agentes teriam agido já com o uso de "gás lacrimogênio, spray de pimenta e bala de borracha em crianças, idosos e mulheres". "Isso é covardia. Isso foi uma ação criminosa", completou.
Uma criança chegou a passar mal devido ao uso pela polícia de bala de borracha e gás lacrimogênio, que teria a deixado atordoada. Segundo a PRF, a criança foi socorrida pelos próprios agentes, recebeu atendimento médico e já teve alta.
Ainda de acordo com o morador da cidade do sudoeste do Pará, a intenção não era entrar em confronto com a polícia. "A gente não estava na manifestação para brigar e ninguém estava lá para entrar em conflito, principalmente com a polícia. Nós não somos bandidos. Porém, a polícia desrespeitou crianças, mulheres e idosos, e isso é inaceitável", falou ainda, em outro trecho do áudio.
"Não aceitamos machucar nossas crianças, nossas mulheres e nossos idosos. Por isso, revidamos e muitos saíram machucado, porém a gente só estava lutando pelos direitos, pela nossa liberdade, pelas crianças, mulheres e idosos que estavam no local", finalizou.
O que diz a PRF
De acordo com a PRF, "inicialmente, o procedimento se deu com o diálogo, cumprindo os protocolos de negociação para a liberação da rodovia. Houve resistência por parte dos manifestantes e foi necessário o uso progressivo da força pelos policiais", informa um trecho da nota da PRF.
Ainda, segundo o órgão federal, "na mesma ocorrência, um policial rodoviário federal acabou sendo ferido pelos manifestantes. Com o número de manifestantes imensamente maior do que o do efetivo policial, em uma escalada de agressões, os policiais passaram a ser alvo de tiros e atacados com rojões, pedras e objetos diversos. A fim de proteger a integridade física de todos, foi necessário o reposicionamento da equipe policial para o realinhamento das ações".
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