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Conferência debate, em Belém, urgência na adoção de medidas contra mudanças climáticas

“Se essa geração não conseguir resolver o problema das mudanças climáticas, nós não teremos tempo para garantir a viabilidade da vida aqui na terra”, diz o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), Raul Protázio

Dilson Pimentel

"Se essa geração não conseguir resolver o problema das mudanças climáticas, nós não teremos tempo para garantir a permanência e a viabilidade da vida aqui na terra”, afirmou, nesta quarta-feira (12), o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), Raul Protázio. Ele fez essa declaração durante a abertura, pela manhã, da Conferência Estadual de Meio Ambiente, que a Semas realiza em Belém. O evento começou nesta quarta-feira (12) e terminará nesta quinta-feira (13), no auditório Benedito Nunes, na Universidade Federal do Pará.

A geração a que ele se referiu, explicou, é a que “está aqui presente: nas florestas, nas prefeituras, nos órgãos estaduais, na academia”. O titular da Semas observou que as projeções feitas pelos cientistas erraram. “As projeções previam um grau e meio (de aumento da temperatura) para 2050. E esse um grau e meio foi atingido em 2024. O processo de emissões de gases de efeito estufa, o modelo econômico que está estabelecido, a plataforma de desenvolvimento que nos trouxe da revolução industrial até aqui, isso não vai nos levar daqui em diante. Nós precisamos entender o nível da urgência”, afirmou.

“Precisamos encontrar essas soluções. Essas soluções partem da proteção das florestas, partem da substituição gradual da nossa matriz energética. Ela parte da gestão adequada dos resíduos sólidos. Ela parte de várias frentes”, afirmou. O secretário Raul Protázio também disse que, “infelizmente”, para boa parte dos impactos, o tempo já se esgotou. “E nós precisamos começar a conversar sobre adaptação. A conversa sobre adaptação às mudanças climáticas é um diálogo de certa forma triste, porque nós precisamos nos adaptar porque já não há mais tempo de reverter algumas mudanças. É mais triste ainda porque aqueles que primeiro sofrem os impactos das mudanças climáticas foram aqueles que menos contribuíram para chegarmos no estado em que nós estamos”, afirmou.

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image O secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos, destaca a importância da participação da população na construção das políticas públicas no Pará (Foto: Thiago Gomes/O Liberal)

 

População participa da construção das políticas públicas, diz secretário

O secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos, também participou do evento. Ele explicou que a conferência estadual é uma etapa de uma construção de diálogo coletivo entre os entes federativos. Esse processo começou em 2024 com as Conferências Municipais e Regionais. O Estado do Pará contou com 78 conferências, sendo 9 regionalizadas e 69 municipais. Durante essas conferências, mais de 500 delegados foram selecionados e diversas propostas foram apresentadas para a construção de políticas públicas voltadas à preservação ambiental e ao combate das mudanças climáticas.

A Semas organizou essas discussões para abranger o maior número de municípios possíveis. “E cada município trouxe um pacote de propostas. E, desse total, nós vamos ter que selecionar então 20 propostas na etapa estadual para remetê-las para a etapa nacional, que ocorrerá no final de maio. E a ideia do Ministério do Meio Ambiente é que a gente possa apresentar o resultado da conferência nacional durante a COP 30, em novembro, em Belém”, afirmou.

Ele destacou que essa é uma construção coletiva, um diálogo democrático. “Uma retomada desse diálogo federativo entre municípios, estado e união”, disse. No segundo dia da conferência, nesta quinta-feira, o debate vai abranger cinco eixos temáticos que vão buscar organizar as propostas da sociedade em relação às mudanças do clima: mitigação, adaptação e preparação para desastres, transformação ecológica, justiça climática, e governança e educação ambiental.

Sobre as 20 propostas, o secretário adjunto Rodolpho Zahluth Bastos disse: “Eu acredito que cada um vai trazer uma realidade territorial. No estado do Pará nós temos uma diversidade incrível. Nós temos o maior manguezal do mundo, a sexta maior zona costeira do país, ao mesmo tempo, temos florestas, cerrado, temos povos pescadores, terras indígenas, unidade de conservação. Então é uma diversidade tão grande de territórios. Então a gente precisa saber como estabelecer esse equilíbrio e saber quais são as urgências que precisa abordar”, destacou.

“Eu acho que (as propostas) serão colocadas aqui de forma muito bem democrática e a gente tem que possibilitar que isso venha da população, para que a população possa participar dessa construção de política pública”, afirmou. A programação tem como tema central "Emergência Climática: o Desafio da Transformação Ecológica", que visa discutir os desafios e as soluções para a mudança climática e preservação ambiental. O objetivo é promover uma ampla discussão em torno de uma política nacional de meio ambiente e clima, com foco no novo Plano de Clima, na mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

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