Cheia em Ourém: áreas de deslizamento estão sendo monitoradas pela Defesa Civil
Cidade registrou alagamento após chuvas intensas na região
Os trabalhos de vistoria e análise de risco das áreas atingidas pelas fortes chuvas seguem nesta terça-feira (24) em Ourém. Nas últimas 72 horas, equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Pará e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e Defesa Civil municipal, além das áreas de alagamentos, já registraram duas áreas de deslizamento de terra.
O Capitão Alves, Bombeiros Militar, acompanhou as atividades de inspeção nas duas áreas, ambas localizadas no bairro Terminal. "Essa primeira área visitada requer atenção, pois além da residência que tem na parte de baixo onde ocorreu o deslizamento, temos ainda residências na parte de cima do terreno. Vamos pedir para a prefeitura enviar um engenheiro para fazer uma análise mais criteriosa. Todas as orientações para as famílias foram dadas. Foi dada ainda, a opção da família ir para um abrigo, que neste primeiro momento negou", disse.
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Já na segunda área em que houve deslizamento, o capitão ressaltou que o imóvel está em uma área mais delicada. "A ideia é que essa família seja retirada, e pelo que já me passaram ela será assistida pela prefeitura e incluída em um plano habitacional", pontuou o bombeiro militar.
A proprietária do imóvel, a dona de casa Maria Oliveira da Silva, de 24 anos, se diz muito preocupada e triste com tudo que foi constatado. "Eu estou triste, pois isso aqui é tudo que eu tenho. Essa situação é de risco, de se preocupar mesmo. Eu moro aqui com as minhas duas filhas. Não temos casa de parentes para ir, pois minha família é de Nova Esperança do Piriá. Os bombeiros falaram que eu não posso ficar aqui e se for para a melhora nossa eu saio, mas tem que ter um lugar para eu ficar, pois eu não tenho para onde ir. Se sair vai ser de coração partido, pois aos poucos que estou arrumando as coisas aqui na minha casa" lamentou a moradora.
Desde o último domingo (22), quando foi criado um grupo de trabalho e instalada uma sala de situação de crise, o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil e secretarias municipais de Ourém, estão atuando na consolidação dos dados das famílias atingidas para garantir a aplicação de ajuda humanitária, como o programa "Recomeçar" do governo do Estado, que garante a concessão de um salário mínimo para utilização na reconstrução de imóveis danificados, e a entrega de cestas humanitárias, kit dormitório, kit de higiene, água mineral, entre outros.
O Programa Recomeçar concede em situações emergenciais auxílio financeiro em parcela única a famílias em situação de vulnerabilidade social. De acordo com decreto estadual, o programa atende vítimas de calamidade pública ocorrida no primeiro semestre de 2022, e em situação de emergência ocasionada por fortes chuvas, deslizamentos, inundações, enxurradas e alagamentos.
A defesa civil estadual tem dado apoio à prefeitura municipal de Ourém, por meio da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, tanto na visitação nas áreas atingidas pela força das águas, quanto na construção de um relatório de análise situacional.
Balanço de danos
Os dados oficiais da prefeitura municipal registrados até o final da manhã desta terça-feira (24), mostram que 16 áreas rurais foram afetadas pelas inundações e duas áreas urbana.
Entre os danos humanos, não há registro de mortos ou desaparecidos, apenas dois feridos e duas famílias desabrigadas que estão em uma igreja e em uma escola municipal, cada uma.
O número de desalojados que foram acolhidos na casa de amigos ou familiares, o balanço registra 98 famílias. Os afetados de forma geral somam 518, que são as pessoas que não estão desalojadas e nem desabrigadas, mas que tiveram suas casas invadidas pelas águas.
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