Ourém e Capitão Poço, no nordeste paraense, estão embaixo d'água; moradores pedem ajuda

Os municípios do Nordeste paraense têm sofrido com as fortes chuvas que elevaram o nível dos rios da região.

Patrícia Baía e Fabiana Batista
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Moradores dos municípios de Ourém e da vila Nazaré, em Capitão Poço, no nordeste do Pará, que foram atingidos pela enchente do rio Guamá, sofrem as consequências das chuvas. Em muitos locais, a única forma de locomoção é utilizando canoas.

image Moradores precisam usar canoas como meio de transporte (Márcio Nagano/O Liberal)

São cerca de 400 famílias que não têm condições de voltar para casa enquanto o nível do rio não baixar. As fortes chuvas que caíram na região nos últimos dias pegaram a todos de surpresa e os prejuízos são incontáveis.   

A vila Nazaré fica do outro lado da orla de Ourém, um dos municípios mais prejudicados pelos alagamentos. 

image Ourém é o município mais atingido pelas chuvas na região nordeste (Márcio Nagano/O Liberal)

A comerciante Antônia Pereira, que mora na orla de Ourém, continua em casa mesmo com o imóvel alagado. No local também funciona um bar e restaurante e ela diz que precisa trabalhar para se manter.

“Não posso sair daqui porque esse bar é o meu ganha pão e, mesmo com a orla ainda alagada, estou recebendo fregueses que também almoçam por aqui “, contou. 

image O restaurante continua funcionando mesmo embaixo d'água (Márcio Nagano/ O Liberal)

 

Em Capitão Poço, a dona de casa Elizeth Moura relata que saiu de casa para ajudar a socorrer os vizinhos do sítio Nazaré e que em menos de trinta minutos a água também invadiu o seu imóvel e que deu tempo de salvar pouca coisa.

“Agora estou contando com a solidariedade das pessoas. Perdi quase tudo da minha casa, peguei apenas umas roupas e documentos. Não temos nem água para beber, pois com a enchente, a água suja invadiu os poços e contaminou tudo. Precisamos de ajuda, mas só nos resta esperar”.   

image A dona de casa mostra o prejuízo causado pelas chuvas (Márcio Nagano/O Liberal)

Prefeitura

A prefeitura de Ourém está cadastrando as famílias que precisam de alojamento.  A defesa civil do estado e a Secretaria de Assistência Social (Seaster) também fazem parte da força tarefa montada na prefeitura.

De acordo com o prefeito de Ourém, Roberto Uchoa, as estradas vicinais também são motivo de preocupação no momento. “Além de estarem em péssimas condições por causa da lama, elas estão sendo rota de acesso para os motoristas que não podem trafegar na BR-316, próximo a Capanema, e acessam o município de Ourém pela vila Rio Grande. A situação está precária e estamos dando a manutenção mesmo com o tráfego pesado“, disse .

image Vicinais passam por manutenção após estragos causados pelas chuvas (Márcio Nagano/O Liberal)

 

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Semas

A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) prevê que a região do nordeste paraense ainda apresentará chuvas em diversos pontos, porém, com intensidades de leves a moderadas. 

De acordo com a Secretaria, essas condições climáticas acontecem muito em função das caraterísticas das Temperaturas da Superfície do Mar (TSM) dos oceanos adjacentes. No oceano Pacífico ocorre o desenvolvimento/reativação do fenômeno climático La Niña – que influencia no aumento das chuvas durante esse período -, e no oceano Atlântico, onde as águas estão mais aquecidas do que o normal e também contribui para o aumento das chuvas na região.

Inmet

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no nordeste do Pará, foram registrados nas estações totais pluviométricos diários de até 135 milímetros em um curto período nas cidades de Ourém, Capitão Poço, Tracuateua e municípios arredores, sendo que entre os dias 18 e 23 de maio, os totais pluviométricos atingiram em média 280 milímetros. 

Ainda de acordo com o Instituto, a climatologia indica que diminuem a frequência e intensidade das chuvas e demais fenômenos adversos, porém, ainda meados de maio e durante o mês de junho persistirá a ocorrência de pancadas de chuvas no final da tarde e início da noite com prevalência de raios e trovões.

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