Castanhal: cresce o número de pessoas a procura de academias de dança para aprender o brega
O ritmo paraense está em ascensão, principalmente após a Dança dos Famosos do Domingão, do Domingão do Hulk
Os passos do brega vêm ganhando destaque nacional, desde que o ritmo paraense foi escolhido para ser uma das provas da Dança dos Famosos, um dos quadros do programa Domingão com Huck, da TV Globo, que teve a final no mês de junho. A dupla vencedora foi formada pela atriz Priscilla Fantin e pelo dançarino e coreógrafo paraense Rolon Ho.
O sucesso na mídia foi só um empurrãozinho para quem queria entrar em uma academia de dança para aprender o brega com todas as suas vertentes. Como explicam os professores da academia Balancear Centro de Danças, João Rocha e Hanna Batista.
“O brega sendo dançado para todo Brasil ver fez com que muitas pessoas daqui do Pará valorizassem ainda mais o nosso ritmo e a gente tem hoje muita procura por ele e por todos os ritmos mais populares. A procura por profissionais da dança começou a crescer em todo o estado e está sendo algo muito bom para nó”, disse o professor e coreógrafo, João Rocha.
“Outros estado começaram a procurar aulas de brega, como em São Paulo e Rio de Janeiro. E temos colegas do Pará sendo convidados para trabalhar lá fora”, contou a professora e coreógrafa, Hanna Batista.
Aos poucos o ritmo, que até meados dos anos 2000, era dançado e curtido mais por pessoas das periferias de Belém e de classe social mais simples, foi ultrapassando barreiras da sociedade.
“O brega veio do popular e já começa aí um olhar preconceituoso e o brega começou a sair da periferia com a ascensão das aparelhagens, lá pelo começo dos anos 2000. Foi quando elas começaram a se apresentar em casa de shows e boates frequentadas por pessoas de classe social mais alta de Belém. E teve esse processo e as pessoas gostavam de ver as outras dançando e sem terem aquele olhar caricato, porque antigamente muita gente achava engraçado dançar brega”, explicou João Rocha.
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“Caquiado”
E não basta saber dançar o brega, tem que ter aquele “caquiado”, mas afinal o que é isso?
“É um movimento diferente que o corpo tem e cada indivíduo tem o seu caquiado e muita gente nós procura com a intenção de aprender a fazer os caquiados, mas a gente explica que com o tempo cada um vai ter o seu (risos)”, contou o professor.
Público
As mulheres ainda são as principais interessadas em aprender o brega, mas os professores explicam que isso também vem mudando.
“Temos muitos relatos de homens que contam que estão cansados de irem para as festas e ficarem só olhando sem saber dançar. Por isso já tivemos até duas turmas com mais homens do que mulheres e isso em anos atrás era improvável”, contou João Rocha.
Brega vence a timidez
Simeão Lima, de 27 anos, ia para as festas e ficava com aquela vontade de dançar, mas além ser tímido, não tinha o molejo e muito menos o famoso “caquiado”. Morria de vontade. Foi então que decidiu procurar “ajuda” para vencer as barreiras que o impediam de bailar.
“Eu ia nas festas e ficava de canto só olhando as pessoas e queria saber dançar, mas eu sentia muita vergonha também. Decidi que queria mudar e procurei os professores para aprender a dançar e me soltar mais”, contou, Simeão Lima, com um largo sorriso nos lábios.
O brega e suas vertentes
Saudade, tecnobrega, melod, tecnomelod, calipso, brega pop e arrocha são alguns dos subgêneros do brega e cada um é dançado de uma forma.
“São subgêneros do brega que nasceu lá no nordeste, que são aquelas músicas antigas do Reginaldo Rossi e aqui no Pará teve o movimento do brega nos anos 90 com Toni Brasil, Wanderley Andrade e Nelsinho Rodrigues. Depois nos anos 2000 evoluiu para o tecnobrega, mas como o tecnogrega era muito rápido para ser dançado foi criado o melod que se dança como saudade”, explicou o professor.
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