Patrimônio cultural: Brega sofre preconceito na web

Dançarinos paraenses que se apresentaram em Manaus, foram vítimas de ataque virtual contra o ritmo nascido no Estado

Bruna Dias e Thainá Dias
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Em setembro de 2021, o Brega foi reconhecido como Patrimônio Cultural e Imaterial do Pará. Cinco meses após essa conquista, o especialista em dança, Rolon Ho precisou lidar com o preconceito em relação a sua arte. Em um vídeo postado na suas redes sociais, em que ele ensina passos de melody, uma vertente do Brega, com uma dançarina em Manaus, no Amazonas, uma pessoa faz comentários preconceituosos.

Depois disso, Rolon Ho fez outra postagem falando sobre o caso. “Infelizmente recebemos mensagens de ódio e preconceito de uma pessoa infeliz e mentalmente pequeno.  Esse tipo de conduta expressa uma xenofobia que pretende aumentar a rivalidade entre Estados de uma região que deveria estar em um processo de união para ser mais valorizada, mais culturalmente explorada, e mais vista pelo Brasil e pelo mundo - uma vez que historicamente a Região Norte é desvalorizada e diminuída”, escreveu.

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O dançarino e professor tem uma carreira ligada a disseminar a cultura paraense e é bastante conhecido pelo trabalho desenvolvido com a dança. O tecnobrega surgiu a partir do Brega que era produzido nas décadas de 70 e 80, no Pará. Com a evolução do ritmo, já nos anos 90, novas vertentes surgiram. “Sempre trabalhamos a dança de uma forma bem inclusiva para todo mundo, de uma maneira bem alegre. Já sofri preconceitos dentro da minha profissão, por escolher ser dançarino, principalmente de dança popular. A dança é a minha vida, é aquilo que eu sei fazer de melhor. Acabou me atingindo negativamente mas nada seria maior do que o meu amor pela dança e a vontade de continuar”.

Há anos trabalhando com dança, especificamente com brega e calipso, o profissional já viajou o Brasil com a Banda Calypso, de Ximbinha e Joelma. “Acredito que a arte é fundamental para a nossa vida. Acredito que o ser humano tem quatro formas de ser educado. A família, a escola, a educação da rua e a dança. A dança tem o poder de te lapidar, te transformar em alguém melhor. Então não devemos aceitar preconceitos sobre algo tão bonito e democrático”, finalizou.

Para Eduardo Barbosa, guitarrista e compositor, por ser um ritmo periférico, as pessoas ainda se sentem no direito de julgar os profissionais e amantes do brega. “Por muito tempo o preconceito sobre esse gênero musical o impossibilitou até de chegar em casas de show que estivessem mais aos centros urbanos. Hoje, apesar da aceitação grande, inclusive por parte da mídia, ainda sim é visto por uma parcela das pessoas como algo ruim ou de valor cultural negativo”, concluiu.

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