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Casos de dengue têm salto de 300% no Pará, em 2024

Médico infectologista alerta sobre sintomas e cuidados

Bruna Lima
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A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou que até o dia 30 de novembro do ano passado, o Pará registrou 17.050 casos confirmados de dengue, com 10 óbitos. Belém foi o município com o maior número de casos, totalizando 2.994 registros e 4 mortes. Em 2023, nesse mesmo período, a secretaria informou que foram registrados 4.084 casos e uma morte. O salto de diferença é de 317,48%.

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informa que foram notificados em Belém durante o ano de 2024, 6.086 casos prováveis de dengue, sendo confirmados 3.076 casos. Foram registradas cinco mortes pela doença na capital paraense no ano passado nos bairros do Guamá (01), Coqueiro (01), Terra Firme (01), Campina (01) e Mangueirão (01).

Ainda de acordo com a Sesma, o bairro do Guamá registrou o maior número de casos confirmados: 284. Houve uma morte no bairro.

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O médico infectologista Alessandre Guimarães explica que o Brasil é o “epicentro” da doença no mundo, desde 2023 e os números só aumentam. Alguns fatores corroboram para este cenário, podendo destacar as mudanças climáticas que estão contribuindo para o encurtamento do ciclo de vida reprodutivo do mosquito. O que antes era de 10 a 14 dias, está se detectando a evolução das formas de ovo – pupa – larva e mosquito adulto em até sete dias. Isso gera mais insetos circulando no ambiente.

Sobre o aumento do número de casos da doença, o infectologista pontua que, particularmente, a capital paraense enfrentou, talvez como nunca antes na história, um dramático período de falta de coleta de lixo. "Pela cidade inteira se via amontoados de entulhos, todos factíveis para retenção de água e promoção do ciclo do vetor. Basta uma tampinha de refrigerante com água parada, para haver a oviposição da fêmea. A falta de saneamento básico é um capítulo antigo, que igualmente contribui para o aumento de casos.

"Por último, mas não menos importante, eu destacaria a falta de cidadania no ambiente domiciliar, perante a ausência de um bom monitoramento do seu quintal, dos vasos de plantas, dos ralos, das calhas, enfim, evitando o acúmulo de água. Não se pode deixar de mencionar, também como um importante cofator ao aumento de casos, a troca do sorotipo circulante do vírus, que passou a ser o tipo 2, muito embora, tenha sido detectada a circulação que dos três sorotipos no país, quase que ao mesmo tempo, DENV-1, DENV-2 e DENV-3", explica o infectologista.

O médico acrescenta ainda que a pessoa doente deve, durante a fase de viremia, que são os primeiros sete dias de doença, usar repelentes e dormir de mosquiteiro.

Cuidados:

  • Evitar jogar entulhos e qualquer tipo de recipiente no meio ambiente que possa gerar acúmulo de água;
  • Telar as casas;
  • Isolar os pacientes com diagnóstico, no sentido de evitar que sejam picados pela fêmea do Aedes;
  • Usar repelentes, sobretudo no horário de predileção da ação da fêmea (final de manhã e final da tarde);
  • Atentar às características do Aedes e eliminá-lo do ambiente do domiciliar com vários artefatos “pega-mosquito”;
  • Usar roupas longas que protejam todo o corpo;
  • Vacinar o público alvo contra a dengue de acordo com a programação do ministério da saúde e com a secretaria de saúde do seu município.

Sintomas e providências:

A dengue é uma doença que tem fases, na fase inicial, podemos encontrar a febre, dor no corpo, dor de cabeça, prostração, recusa alimentar. A partir do sétimo dia (na virada do sexto ao sétimo) a atenção precisa ser redobrada, para a presença de “inchaços”, perdas de sangue, dor abdominal e torácica, além de vômitos. Uma avaliação inicial deve ser feita, e uma reavaliação, nesta fase crítica, incluindo minimamente um hemograma, é recomendado. Evitar anti-inflamatórios, ácido acetilsalicílico e corticoide. Fazer uma boa hidratação, alimentação e manter o repouso. A dengue pode ser fatal.

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Pará
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