CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Atendimento de idosos vítimas de queda aumenta 38% no Pará; veja dicas para prevenir

Sejam em casa ou na rua, por fatores de saúde, descuido ou envolvendo circunstâncias externas, acidentes e terceiros, as quedas envolvendo idosos devem ser tratadas com seriedade

Maiza Santos

Os atendimentos de idosos vítimas de queda cresceram 38,82% no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), referência em atendimento de traumas e localizado no município de Ananindeua, no Pará. Conforme dados disponibilizados pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em 2022, foram 559 assistências médicas envolvendo pacientes com 60 anos ou mais na unidade. Já em 2023, o total de atendimentos desse tipo foi 776. Grande parte das quedas relacionadas a esse público são registradas dentro de casa, onde eles passam a maior parte do tempo, segundo explica o ortopedista Marcelo Brito, de Belém. O especialista orienta quais cuidados devem ser tomados para segurança e saúde dos idosos.

Segundo o levantamento da Sespa, em 2024, de janeiro a julho, houve 1.445 internações abrangendo todos os tipos de quedas onde as vítimas foram os idosos, no Pará. Nos mesmos meses, em 2023, foram registrados 1.315 internações nessa faixa etária. Em Belém, em todo o ano passado, a rede de urgência e emergência do município fez 12.468 atendimentos a pessoas com 60 anos ou mais vítimas de quedas, conforme informado pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). Este ano, até agosto, 12.586 auxílios foram prestados.

image Oci Barroso na porta da casa onde mora (Foto: Igor Mota | O Liberal)

Dona Oci Barroso, de 75 anos, moradora do bairro do Atalaia em Ananindeua, Grande Belém, relembra os episódios traumáticos de quedas que sofreu em casa e também na rua. Segundo ela, com o passar da idade, a fragilidade nos ossos contribuíram para os incidentes.

“Passei por algumas situações de estar caminhando na rua e meu joelho travar. Eu não conseguia andar devido à dor. Em uma dessas vezes, eu estava atravessando a rua e quase fui atropelada por um ônibus. Em outra vez, o joelho travou e eu caí no meio da pista. Nesse dia, fiquei com ferimentos. Meu joelho inchou e meus dedos da mão viraram para cima, deslocados. Eu também já caí no quintal de casa, estendendo roupa. Em outra vez, caí no banheiro e meu filho me ajudou, porque eu não conseguia levantar”, conta a aposentada.

image Dona Oci mostrando imóvel adaptado para garantir segurança (Foto: Igor Mota | O Liberal)

Após os episódios das quedas, dona Oci parou de sair sozinha na rua. Além disso, também foi levada ao médico para iniciar um tratamento de fortalecimento dos ossos. “Eu não contava para os meus filhos quando algo assim (quedas) acontecia. Mas depois que me machuquei feio na rua, não tive como esconder e eles me levaram ao médico. Eles também vão comigo, quando quero fazer algo na rua. Eu descobri que tinha artrite, artrose e outras doenças que afetam os ossos, então tomo remédios para evitar essas lesões. Hoje me sinto melhor, dá para perceber que os ossos estão mais fortes. Aqui em casa, eles tem cuidado comigo, para evitar essas quedas. Eu até troco constantemente de sandália, para não escorregar”, conta a aposentada.

Prevenção

As consequências das quedas podem variar desde pequenos hematomas até fraturas graves, que podem impactar a qualidade de vida dos idosos e até levar ao óbito. Conforme o ortopedista Marcelo Britto, da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, os idosos têm um risco maior de quedas. “Eles têm uma musculatura um pouco mais enfraquecida, reflexos mais lentos e uma resistência menor. Então são suscetíveis a quedas. Não somente isso, mas o risco de lesões também é maior”, diz.

image Oci Barroso caminhando na rua onde mora (Foto: Igor Mota | O Liberal)

Ainda segundo o médico, há alguns casos de quedas que se tornam mais preocupantes. “As fraturas são as lesões mais importantes e perigosas. Naturalmente, contusões, entorses e outras lesões podem acontecer. Talvez a fratura no colo do fêmur seja a mais famosa de todas. Inclusive, em geral, a grande maioria precisa de tratamento cirúrgico para que o idoso voltar a andar o mais rápido possível. Outras mais recorrentes também são a do punho, ombro e da coluna vertebral”, aponta Marcelo Britto.

image Ortopedista Marcelo Brito (Foto: Divulgação)

O médico ressalta que várias fraturas podem ocorrer de quedas consideradas ‘leves’. “Muitas ocorrem de traumas pequenos. Os idosos os ossos podem estar bem fracos. Às vezes algumas pequenas quedas, simples e de pequenas alturas, como cair sentado no chão, pode ocasionar lesão em uma vértebra da coluna ou amassamento que passa até despercebido. Então a dor fica crônica e incomoda bastante”, explica Marcelo Britto.

De acordo com Marcelo Britto, para prevenir é necessário pensar em cuidados em casa e também com a saúde. “Sobre a queda, é necessária uma casa adaptada ao idoso. Barra nos banheiros, calçados mais adaptados aos pés e que não fiquem muito soltos, sem batentes, sem tapetes, cama na altura do quadril do idoso. Ocorre também do idoso ter uma lesão devido ao osso estar fraco. A quebra do osso causa a queda. O enfraquecimento ósseo pode levar a fratura espontânea. Para evitar, é necessário praticar atividade física, repor o cálcio e vitamina D, e manter o acompanhamento médico em dia”, finaliza.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Pará
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM PARÁ

MAIS LIDAS EM PARÁ