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Ananindeua completa 81 anos em meio ao lixo e problemas na saúde pública

Sujeira toma conta de diversos pontos da cidade, inclusive em frente a uma unidade de saúde

Da Redação
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O município de Ananindeua completa 81 anos, nesta sexta-feira (3), com muito lixo e entulho espalhados em diversos pontos do município e com problemas na área de saúde. Um detalhe curioso: há acúmulo de resíduos sólidos até perto do prédio da Secretaria Municipal de Saúde e em frente à Unidade de Saúde Enfermeira Patrícia Sarmento, ambas na Cidade Nova 6.

Na WE 80, às margens do canal, há uma grande quantidade de lixo, ocupando praticamente toda a via. O endereço fica perto da SN 21, uma área com fluxo intenso de veículos e pedestres. Entre os resíduos, sofás velhos e muita sujeira, que atraem urubus. “Essa situação já faz muito tempo. Temos essa dificuldade em relação à coleta de lixo”, afirma o técnico em refrigeração Nelson Silva, 47 anos.

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Para ele, a cidade carece de fiscalização e de lixeiras, além da questão do odor que a população tem sido obrigada a conviver. “É claro que não justifica jogar lixo na rua, mas os órgãos competentes têm que fazer a sua parte. Esse odor é muito forte. É rato, barata e até animais mortos jogam aqui”, afirma. Segundo Nelson, até os veículos têm dificuldade para passar pelo local, problema que tem se agravado com a questão da chuva. “Está fechando a via. É que as águas arrastam esse material, entupindo os bueiros e alagando as ruas também”, diz.

image Foto: Ivan Duarte

Sem ter o que comemorar neste dia 3, Nelson acredita que um presente mínimo de aniversário para Ananindeua seria “o prefeito e os órgãos competentes pudessem dar atenção melhor para a cidade”. “É uma cidade tão bonita e que precisa de um cuidado maior. Nós estamos na Cidade Nova 6, no canto da SN 21, uma das vias principais de Ananindeua. Um problema velho que vem se repetindo há anos e anos aqui. E parece que a gente é invisível aos olhos do poder público”, completa, citando a questão do lixo na via.

image Foto: Ivan Duarte

Também há entulho em frente à Unidade de Saúde Enfermeira Patrícia Sarmento, por onde, na manhã desta quinta-feira (2), passou o pintor Waldemir Casagrande, 67 anos. No local também há estabelecimentos que vendem refeições. “Esse é um problema sério. É em todo lugar aqui em Ananindeua. A gente tem que acabar com isso”, afirma. Morador do 40 Horas, Waldemir conta que no bairro dele não é diferente. “Lá é a mesma coisa que você está vendo aqui. O prefeito tem que fazer alguma coisa”, reclama.

Casagrande, como ele é mais conhecido, disse que Ananindeua merece, de presente de aniversário, uma grande limpeza. “Deixar pelo menos Ananindeua limpa. Um cartão de visita para a COP 30. O pessoal vem aí e vai ver as coisas feias. Tem que dar um basta nisso. Essa sujeira é prejudicial para a nossa saúde, é cruel. Esse é o melhor presente para Ananindeua”, exige o pintor. 

Também há muito lixo e entulho na avenida Independência, por onde é grande o fluxo de veículos e pedestres.

image Foto: Ivan Duarte

Pronto Socorro foi inaugurado em julho, mas não está aberto à população

Na área da saúde de Ananindeua, os problemas são tão graves quanto a questão do lixo. Um deles é o Pronto Socorro Municipal de Ananindeua, que foi inaugurado no dia 4 de julho de 2024, e não está aberto à população, mesmo após seis meses da sua entrega pelo prefeito Daniel Santos. Além disso, o Hospital Anita Gerosa deixará de atender pacientes do SUS no próximo dia 26, o que resultará ainda na demissão de cerca de 150 trabalhadores.

Na época da inauguração, a Prefeitura de Ananindeua divulgou que o Pronto Socorro Municipal de Ananindeua contaria com 75 leitos ao todo, sendo 65 clínico-cirúrgicos e 10 leitos de UTI, o que representaria uma expectativa de 2.250 pacientes nos leitos a cada mês, estrutura que até hoje não foi pode ser usufruída pela população da cidade.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) informou “que já fez todo o repasse financeiro para a prefeitura de Ananindeua, referente ao convênio de reconstrução do Hospital Municipal Dr. Celso Leão, no valor total de R$ 15.030.765,93”. “A execução da obra é de responsabilidade da prefeitura e, atualmente, se encontra parada”, diz a nota.

image Foto: Ivan Duarte

Na manhã desta quinta-feira (2), a reportagem esteve no local, na avenida Mário Covas, próximo à esquina com a avenida Hélio Gueiros, e a informação recebida foi que, “embora inaugurado, o hospital não está aberto ao público”. A equipe do Grupo Liberal conversou com uma moradora de Ananindeua, que preferiu não ser identificada, que confirmou que o hospital não está atendendo a população. Segundo ela, na inauguração “houve até festa”, mas, até hoje, a população não está sendo beneficiada pela obra.

Anita Gerosa – Além da falta de atendimento no Pronto Socorro de Ananindeua, outra situação preocupante é a do Hospital Anita Gerosa, localizado na BR-316, distante, poucos metros, do prédio da Prefeitura de Ananindeua. O local suspenderá, no próximo dia 26 de janeiro, os atendimentos a todos os pacientes do SUS. Um detalhe: o Anita Gerosa é o único a prestar o serviço de maternidade no município.

“Essa decisão se deve à falta de sustentabilidade financeira da unidade, que há dois anos vem tentando agendar uma conversa formal com a Prefeitura e a Secretaria de Saúde do Município, para resolução desse problema, mas sem sucesso”, afirmou. Ainda segundo o hospital, o déficit mensal custeado pela Sociedade Beneficente São Camilo (SBSC), mantenedora do Hospital Anita Gerosa, é de R$ 800 mil, “valor este que deveria ter o financiamento feito pela Prefeitura. Sem isso, torna-se inviável a continuidade da prestação dos serviços”.

O hospital afirmou ainda que, no dia 26/01/25, “encerrará os atendimentos hospitalares a todos os públicos, permanecendo com os serviços ambulatoriais (consultas e exames) apenas para os pacientes conveniados e particulares. Infelizmente, essa decisão implicará na demissão de cerca de 150 colaboradores, número ainda em definição. A SBSC lamenta o que está por acontecer e reforça que foram feitas todas as tentativas de aproximação com a Prefeitura para evitar essa tomada de decisão”.

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