‘Ninguém aguenta mais viver no meio de tanto lixo’: moradores de Ananindeua cobram solução
Descaso com a coleta prejudica qualidade de vida e gera transtornos no bairro do Paar e na Cidade Nova 8
A falta de regularidade na coleta de lixo em Ananindeua tem gerado insatisfação entre moradores e comerciantes, que dizem não aguentar mais viver em meio ao abandono. Em bairros como Paar e Cidade Nova 8, os pontos de acúmulo de resíduos são comuns, trazendo prejuízos à saúde pública e ao cotidiano de quem vive e trabalha no município. Moradores relatam que o problema já dura cerca de dois meses, obrigando a população a lidar com o lixo acumulado.
Moradores sofrem com o descaso
O vendedor Ivan Abreu, de 60 anos, morador da Cidade Nova 8, denuncia que a coleta de lixo onde ele vive, na Rua A, esquina com a travessa We 41, agora é “esporádica e insuficiente”. “Está um caos. Antes, o caminhão passava de segunda a sexta, agora, às vezes, ele só vem na segunda-feira e depois só na outra semana. Tem semanas em que não passa nem isso. O lixo vai acumulando, fica aquele mau cheiro, moscas e até animais mortos. Ninguém consegue suportar a situação, nem aguenta mais viver no meio de tanto lixo e abandono”, desabafou.
Ivan Abreu, morador da Rua A, na Cidade Nova 8 (Foto: Carmem Helena | O Liberal)
De acordo com o morador, a situação tem sido agravada pelo início do período de chuvas na Grande Belém e pelo longo tempo que os resíduos permanecem nos locais. Segundo o vendedor, os pontos de lixo surgem com rapidez e o volume só aumenta. “Estamos nessa situação de coleta precária há uns dois meses. Já procuramos soluções, mas ninguém dá resposta. Parece que estamos à espera da boa vontade de alguém para resolver”, completou.
Famílias sofrem com a sujeira
No apartamento da estudante de Agronomia, Júlia Oliveira, de 22 anos, que mora em um condomínio na rua Zacarias de Assunção, no bairro do Distrito Industrial, as moscas aumentaram nas últimas semanas e ela acredita que a proliferação tem a ver com a falta de coleta de lixo em Ananindeua. A família de Júlia, que mora com a irmã de 15 anos e os pais, está pensando em telar a casa de dois quartos, porque os insetos têm atrapalhado o dia a dia, sobretudo a hora da alimentação.
“A gente tem ficado a maior parte do tempo com todas janelas da casa fechadas e o ar condicionado ligado, mas mesmo assim, está insuportável, é muita mosca. Comer é um problema. Temos usado uma raquete elétrica e veneno pra matar. Melhora, mas não resolve, daqui a pouco, está cheio de moscas de novo. A lixeira do nosso condomínio ‘está vazando’ lixo, não cabe mais nada, e o caminhão não passa. Tem gente no condomínio colocando a lixeira de casa pra fora do apartamento, porque fica preto de tanta mosca. Nosso cachorrinho também tem penado com isso”, conta a estudante.
Comércio também sofre impactos
No bairro do Paar, o cenário não é diferente da Cidade Nova 8 e do Distrito Industrial. No canteiro central, próximo à feira da área, o lixo se acumula. Gustavo Pontes, 24 anos, gerente de uma loja de roupas, conta que o empreendimento está localizado em frente a um acumulado de sujeira e que toda essa problemática recorrente tem prejudicado muito os comerciantes do bairro e clientes que frequentam o local.
“Esse ponto de lixo está aqui há pelo menos uma semana, mas, às vezes, essa área fica até duas semanas sem coleta. Além do mau cheiro, os resíduos atraem animais e mosquitos”, relatou Gustavo.
A Prefeitura de Ananindeua foi demandada pela reportagem, mas não se posicionou sobre os problemas denunciados. Os moradores, no entanto, seguem aguardando por uma solução definitiva para o problema.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA