Formado em projeto social, jovem vence Brasileiro e garante vaga no Pan-Americano de Wrestling; veja
Aos 14 anos, Jeferson Pinto conheceu o esporte através de um projeto social no bairro do Sideral, onde reside com a mãe; em novembro ele estará na Colômbia para o primeiro campeonato internacional
Aos 14 anos de idade, o jovem Jeferson Pinto conseguiu um feito inédito no esporte paraense. Ele vai disputar o Pan-Americano de Luta Olímpica, no próximo mês de novembro, na Colômbia. De origem humilde e integrante de projeto social, a ascensão do promissor atleta escancara o celeiro de talentos desconhecidos, que muitas vezes lutam contra a falta de estrutura e apoio para triunfar nas competições mundo afora.
Jeferson cursa o nono ano em escola pública, e há dois integra o projeto social "Príncipes e Princesas do Tatame", dirigido pelo funcionário público João Lucas Soares, de 34 anos. Morador da fronteira entre os bairros Jardim Sideral e Parque Verde, na periferia de Belém, ele comanda solitariamente quase 100 crianças e adolescentes, que treinam gratuitamente as modalidades de jiu-jitsu e wrestling, de onde despontou o talento do pequeno campeão de brasileiro.
"Ele já é nosso atleta há dois anos, na modalidade de luta olímpica. O interessante é que todos os eventos oficiais da Federação de Wrestling do Estado do Pará, ele foi campeão. Nunca perdeu uma competição estadual e na sua primeira competição nacional também foi destaque", resume João, que além de faixa-preta de jiu-jitsu, também é tio do jovem Campeão Brasileiro sub-15, que ganhou vaga na Seleção Brasileira de Luta Olímpica, já com o primeiro compromisso internacional agendado.
SAIBA MAIS
"Essa competição é o Campeonato Brasileiro sub-15, e serviu como seletiva para formar a Seleção Brasileira de luta olímpica, que vai disputar o Pan-Americano, de 3 a 6 de novembro, na Colômbia", explica. Para tanto, Lucas explica que o atleta já tem uma rotina de treinos avançada. "Por ser atleta de competição, ele faz o treino técnico de 18 às 19h30, e de manhã, antes da escola, faz o trabalho físico, de 6 às 7 horas. Quando tem competição são dois treinos diários", comenta.
Todos os treinos são realizados no pátio da residência de Lucas, que recebe por vezes a ajuda de vizinhos e pessoas abnegadas, que veem no esporte uma ferramenta de inclusão social. "Começamos com cinco crianças, especificamente. Hoje temos 32 alunos no jiu-jitsu e 65 no wrestling. Embora sejam muitos alunos, a gente conta com o apoio de poucas pessoas, que ajudam com uma merenda, passagem, quimono. E assim nós vamos levando", detalha. Da pequena ideia, talentos começam a desabrochar, tornando o sonho do esporte cada vez mais real na vida de crianças e jovens da periferia de Belém.
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