Venda de peixe se mantém estável apesar da aproximação da Semana Santa, diz peixeiro

Consumidores avaliam melhores ofertas pela cidade

Maycon Marte
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As vendas de pescados seguem constantes com a aproximação da Semana Santa no Ver-o-Peso, com previsão de aumento apenas no período mais próximo do feriado, em torno de R$ 5, segundo o comerciante Anderson das Neves, com mais de vinte anos de experiência no segmento em Belém. Segundo ele, o preço não deve subir tanto no período da celebração cristã, mas deve ocorrer após, quando o produto sai da pedra do peixe, onde é desembarcado e volta a ser vendido para outros lugares.

Neves explica que o peixe comercializado no mercado da capital paraense deve desembarcar antes da Semana Santa e ficar até depois desse período. Isso faz com o que os valores se mantenham sem grandes variações, devido à oferta abundante. “O preço não aumenta mais porque o peixe vai ter que ficar aqui, não vai poder transportar o peixe. Nesse mesmo período, já vai liberar os peixes que estavam em defeso, e, com isso, o peixe vai ficar mais barato ainda”, avalia.

A celebração cristã ocorre do dia 13 a 20 de abril em alusão a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Na Sexta-Feira Santa, o consumo de peixe é uma tradição entre os católicos. O alimento é associado aos milagres de Jesus descritos na Bíblia e, por ser mais simples, simboliza humildade. Enquanto a carne vermelha representa o luxo e o pecado, o que justifica a recusa no período sagrado.

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Nesta terça-feira (25), o preço dos peixes variava em até R$ 30, conforme a espécie. No caso de Anderson, a pescada-branca e a pescada gó estão entre os mais em conta, sendo vendidos por R$ 10. O filé de dourada, por outro lado, varia entre R$ 20 a R$ 30, como explica o vendedor. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, os valores também seguem um comportamento muito parecido, sem grandes diferenças, na avaliação de Neves.

A projeção do peixeiro para a Semana Santa é de que os valores atuais recebam um acréscimo de no máximo R$ 5, mas enfatiza que isso ainda é pouco provável. Agora, o que tem reduzido é a demanda dos clientes, que, segundo ele, ocorre devido às obras de revitalização que o mercado recebe há alguns meses. “Está em obras e o pessoal pensa que o mercado está fechado, aí acaba que eles não vêm quase para cá. Quem vê de longe pensa que está fechado o mercado”, afirma.

Feiras e supermercados

A diferença entre comprar no supermercado e comprar nas feiras está no bolso, como explica a consumidora Neide Pereira, que vai à feira em busca do pescado todas as terças e quintas. “A diferença é de quase R$ 15. Então, aqui (no Ver-o-Peso), o peixe é fresco, de boa qualidade e muito mais barato”, avalia. Em um exemplo, ela compara os preços da pescada-amarela nos dois ambientes. “A pescada-amarela aqui tem até de R$ 35, R$ 30 e no supermercado é R$ 40 a R$ 48. Aqui às vezes dá até R$ 25, lá para às 11h, quando fica mais barato”, exemplifica.

Maria Franco, mais conhecida como Dona Maroca, é moradora da Vila da Barca e tem se assustado com os preços do peixe, em especial, nas grandes lojas. Em um dos supermercados de Belém, ela realizou a própria pesquisa e encontrou os seguintes preços: dourada a R$ 27; piramutaba R$ 10; pratiqueira R$ 16; tainha R$ 19 e pirapitinga R$ 15. A partir desses valores, ela notou um aumento que a preocupa em relação à realização da celebração cristã na sua casa.

“Eu achei um absurdo o aumento que teve no peixe. Se continuar com esse aumento, a gente não vai poder fazer o nosso almoço da Sexta-Feira Santa. Porque até lá, quanto que não vai estar o quilo do peixe?”, questiona Maroca.

A análise do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA) sobre a variação de preços do pescado nos mercados municipais no período de janeiro a fevereiro deste ano concorda com a percepção da consumidora. No período, a dourada estava a R$ 23 até o último mês, por exemplo, uma diferença de 17%, em relação ao preço do mesmo peixe encontrado pela consumidora no supermercado.

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A entidade identificou um aumento dos preços nos mercados municipais em fevereiro, em comparação com os valores de janeiro. Mas, segundo os vendedores locais, neste mês de março, os valores se estabilizaram e devem seguir assim. O preço médio da pescada-amarela, que, segundo o Dieese, era de R$ 33 até o mês passado, registrou uma redução de 24% em relação ao valor encontrado nesta terça-feira, de R$ 25.

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