Tecnologia e preço acessível são aliados em celulares lançados em 2023; avanço acompanha mercado
Com o 5G, os novos aparelhos celulares precisam estar adaptados para acompanhar os processos de mudança vindos com a novidade
A volta dos celulares dobráveis na versão smartphone, aumento na capacidade da memória e visuais diferenciados com diversidade de câmeras eram novidades que faziam sucesso há três anos atrás. Os preços médios desses aparelhos variavam de R$ 2 mil a R$ 12 mil e foram considerados como modelos de última geração por fabricantes e consumidores. Entretanto, essas tecnologias passaram a ficar para trás e deram lugar a novos recursos, como a rede de quinta geração (5G) e aumento na duração da vida útil das baterias. Apesar disso, hoje, encontrar um celular acessível, com valores convidativos e com qualidade semelhante ao que era visto em 2020 não é uma tarefa difícil.
Um celular Android de entrada da marca Samsung, o Galaxy A14 5G, lançado em janeiro de 2023, está custando cerca de R$ 1.299. Um levantamento feito pela reportagem do Grupo Liberal analisou que esse aparelho possui qualidades e recursos semelhantes e, até mesmo, superiores a um smartphone tido como “top de linha” em 2020, o Galaxy Z Flip: o sistema operacional é mais moderno, a resolução da tela do A14 é de 1080 x 2400 pixels, enquanto que o Z Flip possui 1080 x 2636 pixel. Além disso, a memória RAM do smartphone lançado neste ano não deixa tanto a desejar: ele possui 4 gigabytes e armazenamento interno de 180 gigabytes. O outro tem 8 de RAM e 256 de espaço total.
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O professor da faculdade de Engenharia da Computação e Telecomunicações do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará (ITEC/UFPA) Marcos Seruffo, explica que esse cenário tem uma justificativa: os celulares, ainda que os mais simples, precisam acompanhar as necessidades vindas com as novas tecnologias, como o 5G. “Já tem aparelhos que gravam em 8K e, para processar isso, tem que ter chips para acompanhar os multinúcleos. Então, essa revolução não é só para telefonia celular, mas um hardware [microeletrônicos] para processamento de forma geral. Tem uma evolução tanto a nível de software [programas], mas muito recorrente em hardware quando a gente fala de evolução tecnológia”.
Isso porque o 5G torna, de fato, o acesso a rede de internet mais rápido. Porém, essa mudança demanda outras para que o processo fique completo e o consumidor consiga aproveitar. “A gente tem vários processadores e, agora, eles tiveram um avanço. Tem que ter processamento e memória para que o celular consiga dar conta de tudo que vai ter agregado à quinta geração. Além dessa ultra velocidade, a gente tem também o aumento da confiabilidade. Esses são os principais pilares. Não dá para se falar de aumento de tecnologia, ter novos protocolos, sem que os dispositivos promovam essa experiência da melhor forma possível ao usuário”, detalha Marcos.
Qualidade nos serviços muda, diz especialista
Mesmo com a quantidade de novos recursos que são oferecidos, Marcos afirma que a qualidade de muitos aparelhos está diminuindo, além de enfrentarem um processo de barateamento, ou seja, propriedades parecidas em um material menos duradouro. "Tem novas marcas que são especialistas no que a gente chama de ‘celular de segunda linha’, que tem um tempo de vida útil menor, a bateria tem vida útil menor, mas quanto a funcionalidade, são muito parecidos. Independente da marca e do modelo, você tem recursos de fotografia, de poder tirar foto, ter o aceleramento para contagem de passos, de vibração, quase tudo, o que muda seria a qualidade desses serviços”, completa.
Preços atendem a todos os segmentos
Adriel Costa, dono de uma loja de venda de celulares e assistência técnica, observa que, junto com a evolução dos smartphones, os preços têm acompanhado tanto as necessidades dos clientes, quanto o poder de compra de cada um. Ou seja, é possível encontrar o aparelho ideal para todos os casos. “As empresas têm investido em vários segmentos de modelos e variedades de qualidades diferentes para atender todos os tipos de públicos. Existem muitos modelos no mercado que vão atender cada vez mais todos os tipos de clientes, então, o preço acaba compensando, dependendo do modelo e do que você precisa… Seja memória, seja bateria…”.
Além disso, a principal diferença sentida nos celulares desde 2020 foi a velocidade de processamento - fator também muito buscado pelos clientes na loja de Adriel. “A grande diferença dos aparelhos de três anos atrás para os de agora é, justamente, uma mudança significativa na questão dos processadores, na velocidade da internet, na frequência com o 5G, que já está sendo aplicado no Pará, e a velocidade no carregamento, otimização, carregamento inteligente. As empresas têm apostado bastante nos carregadores turbo. Todo mundo precisa de velocidade nos processamentos de dados, de rede, então, são pontos a serem trabalhados”, afirma.
Consumidor tenta aliar preços com vantagens dos smartphones
Alta conectividade, câmera boa, rapidez e, sem dúvida, o 5G. Esses são os critérios que levam o empresário Antônio Jorge Lobato, de 49 anos, a adquirir um celular. Porém, ele afirma que a questão dos preços é um grande problema visto hoje em dia, mas que tenta adaptar a realidade com a necessidade - cada vez maior.
“Assim como em 2020, o comportamento é de dependência de um celular bom, já que nossa vida está cada vez mais conectada. São redes sociais, bancos, saúde, documentos, cartões de crédito… Tudo se armazena em um celular. Mas, um smartphone top de linha custa mais do que uma moto zero quilômetros… Tudo justificado pelo câmbio, já que esses aparelhos são importados. Hoje em dia, o 5G é indispensável, assim como uma câmera excelente e muita fluidez. É isso que busco”, finaliza.
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