Pets: Paraenses pensam em soluções para driblar a inflação dos alimentos dos bichos

Médica veterinária dá dica de como economizar na hora de alimentar os animais

Camila Azevedo
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A inflação envolvendo o preço de produtos para pets tem sido sentida pela população da Região Metropolitana de Belém (RMB) neste início de ano. Representando cerca de 0,36% do PIB do Brasil, o mercado de itens destinados ao consumo animal teve aumento de até 20%, conforme afirmam lojistas do ramo. O principal afetado dentro desse contexto são as rações, que fazem parte de mais da metade dos rendimentos nas lojas. A alternativa encontrada tem sido reduzir o repasse ao cliente, que cada vez mais busca adaptar as contas.

Annanda Pires é dona de um pet shop e afirma que a média de reajuste que estava acostumada a ver entre os fornecedores era de 5% a 10%. Nos primeiros meses de 2023, esse valor já chegou a 20% a mais do que o normal. “As rações ainda representam o maior faturamento da grande maioria das lojas, então, os outros 30% são produtos agregados, mas o principal foco é o alimento mensal. Você ter um aumento de até 20% no principal produto de saída da loja, que é o que gira o setor, dificulta muito. E, mais, as rações não tiveram aumento apenas no início do ano, já sentimos três vezes esse reajuste”.

Consumidor busca alternativas para driblar a inflação

Com isso, o comportamento do consumidor também tem mudado. Annanda observa que os clientes estão procurando mais opções, diversificando as marcas e as formas de pagamento. “Em relação ao ano passado, a gente identifica, sim, que o consumidor está procurando mais opções, mais variedades em relação às rações que comprava anteriormente. Ele está pensando e analisando melhor qual tipo de alimentação ele pode oferecer que seja da mesma qualidade, com o melhor custo benefício. Quem consumia produtos super premium, parte passou a consumir produtos da linha premium”, diz.

Lojista aposta em estratégia para continuar atraindo consumidor

Diversificar os canais de venda e investir em propostas online foi a alternativa encontrada por Annanda para driblar o afastamento de clientes que os altos preços geram. “O consumidor é ávido por saber tudo que tem na loja, na palma da mão. Então, queremos que ele se sinta querido e que nós possamos identificar sua necessidade de acordo com aquilo que ele nos traz. Tentamos aumentar nossa variedade de produtos para que ele possa escolher, tentando melhorar a forma de pagamento, utilizando pagamento online, tentando abranger um público maior e ter produtos que caibam no bolso de cada consumidor”.

Tutora diz que gastos com alimentação de pets consome cerca de metade de um salário mínimo

Thayssa Araújo é tutora de nove cachorros. Uma saca de ração de 7,5 quilos chega a durar quinze dias. “Ela tá custando R$ 392, é a das menores. A das maiores, está R$ 189. É um absurdo. Isso tudo já é quase meio salário mínimo. A ração não tem como fugir, é a alimentação da raça que a gente tem, não vamos dar resto de comida, isso não se faz com o animal. A ração não é tão barata, é um preço bem elevado e temos que comprar de 15 em 15 dias. Todos vivem dentro de casa comigo”, conta.

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As medidas adotadas por Thayssa para economizar vão desde a redução no número de passeios e compras pessoais, até uma limitação na quantidade de idas ao pet shop para banhos. “Me privo hoje de dar algumas voltinhas, de fazer compras e comprar apenas o necessário. Até porque eu priorizo a boa alimentação para eles. Além disso, a gente tenta reduzir as despesas de pet shop, de banho, a gente tinha hábito de levar de 15 em 15 dia e, hoje, já leva 1 vez ao mês e quando eles estão sujinhos, a gente mesmo dá banho", completa.

Alimentação natural também é alternativa para economizar, afirma veterinária

Andressa Leitão, médica veterinária, destaca que reduzir os custos e manter a qualidade da alimentação do animal envolve, ainda, optar por um fabricante nacional, uma vez que as marcas importadas tendem a ser mais caras. Além disso, uma opção são os alimentos naturais, preparados em casa. “A comida caseira que é preparada para o animal, composta de carnes, carboidratos, vegetais e vísceras, tem a economia na compra dos ingredientes pode ser bem significativa ao adquirir os produtos da estação ou ainda os regionais”, ressalta.

Entretanto, a veterinária alerta para uma diferença que existe: alimentação caseira não significa dar restos de comida. “É uma dieta completa e balanceada, com todos os ingredientes e suplementos necessários para a nutrição adequada de cada espécie. Uma alimentação inadequada traz prejuízos importantes à saúde dos animais, desde alterações ósseas, de pele e pelagem como do metabolismo responsável pelo funcionamento do organismo, tornando sua imunidade fraca e suscetível ao aparecimento de doenças. A porção de proteínas também pode ter o custo reduzido, misturando carnes com vísceras”.

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