Paraenses estão mais endividados agora do que no ano passado, diz pesquisa

As dívidas feitas com o cartão de crédito representam a maioria das dívidas

Maycon Marte
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Cerca de 66% das famílias paraenses fecharam o mês de outubro endividadas, um percentual maior que o do ano anterior, quando os índices registraram 61,3%. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Federação de Comércio, de Bens, de Serviços e de Turismo do Pará (Fecomércio). Quanto ao tipo de dívidas obtidas, segundo o levantamento, o cartão de crédito lidera como o principal no estado. A assessora econômica da federação, Lucia Lisboa, explica que as taxas de juros e poder de compra à vista são influenciadores desse cenário.

“Quando há redução nos juros, também há estímulos na demanda. A taxa Selic (que serve de taxa referencial para as demais taxas de juros) estava em 11,75% [em 2023. Já em outubro de 2024, estava menor, em 10,75%. Isto também pode causar estímulo no movimento de compras a prazo, elevando o endividamento”, explica.

As dívidas feitas no crédito representam 82,8% do total analisado até o dado mais atualizado da pesquisa, em outubro, contra 79,3% no mesmo período de 2023. Em segundo lugar, aparecem dívidas com Carnês (22,9%), seguidas pelo Crédito Consignado (10,2%) e Financiamento de Carro (9,2%). Com menos expressividade, o levantamento ainda lista financiamento de casa (4,9%), crédito pessoal (4,6%) e cheque especial (1,3%).

A especialista ainda projeta um crescimento do número de endividados até o fim deste ano, reflexo do consumo excessivo das festas de fim de ano sem um poder de compra proporcional a essa demanda. “A tendência nos dois últimos meses dos anos, é de aumentar o endividamento, dado que com as tradições e festas do final do ano, tem sido recorrente o comportamento de consumidores pagarem as dívidas, mas recorrerem novamente às compras parceladas, sobretudo utilizando o cartão de crédito”, detalha.

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Falta de planejamento

Para o economista e consultor empresarial, Nélio Bordalo, é preciso analisar a maior oferta de postos de trabalho, que surgem devido às festas de fim de ano. “Com a possibilidade de terem renda, parte dessas famílias irão pagar seus compromissos em atraso, mas no geral a tendência do endividamento no Pará e em outras cidades do Brasil, pode ser considerada crescente, devido à persistência da inflação, que reduz o poder de compra dos consumidores”, afirma.

Bordalo lembra que “a falta de educação financeira e planejamento familiar, impede as famílias de gerenciar suas finanças de forma eficaz”. Nesse sentido, aponta investimentos em educação financeira e geração de emprego, em especial, com a aproximação de eventos maiores em Belém, para aumentar a renda e o poder de compra das famílias paraenses. Além disso, destaca o pagamento do 13º como outro fator amenizante para o cenário do endividamento neste fim de ano.

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