Pará tem queda de 6,8% nas exportações em 2023

Entre janeiro e agosto, o Estado arrecadou US$ 14 milhões; no mesmo período de 2022 o valor foi de US$ 21,5 milhões

Camila Azevedo
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As exportações no Pará continuam seguindo uma tendência de queda. Dados mais recentes do sistema do Comércio Exterior (Comex), disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), apontam que o estado arrecadou US$ 14 milhões com produtos exportados entre janeiro e agosto de 2023. O número representa uma redução de 6,8% em relação ao mesmo período de 2022, quando foram contabilizados US$ 21,5 milhões no setor.

O cenário visto no ano passado já dava indícios da situação em que as exportações no Pará estão inseridas. Ainda com o faturamento, o valor foi 27,1% menor do que em 2021. Com exceção de materiais como a soja e o cobre, todos os demais produtos que fazem parte do rol de saída do estado para o exterior tiveram queda. O minério de ferro, por exemplo, saiu de 59% em 2022, para 56% de participação em 2023. O óxido de alumínio, a carne bovina e elementos químicos inorgânicos, também registraram diminuição.

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Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Pará (Faepa), o contexto é o pior vivido pelo estado nos últimos 40 anos. Guilherme Minssen, zootecnista e diretor da instituição, afirma que uma série de fatores fazem parte dos motivos pelos quais as exportações estão caindo, entre eles, as dificuldades no poder de aquisição da população. “O Pará está atravessando um dos mais difíceis períodos de preços para os grãos, carnes e outros produtos derivados do agronegócio e, infelizmente, a tendência é cair mais”, lamenta.

“Um dos produtos que baixou muito de preço foi a carne vermelha [para o produtor]. Talvez tenha sido o mais atingido. Houve uma oferta bastante grande por parte dos produtos e caiu significativamente, se compararmos ao ano de 2021, que foi o ápice de preços melhores dos produtos. É uma catástrofe o que está acontecendo agora. Tivemos muito abate de fêmeas, também. Várias prenhas. Isso foi feito para pagar juros bancários. Só que, no futuro, vai ter um reflexo”, completa Guilherme.

Soluções

Para o diretor da Faepa, a solução é firmar mais acordos comerciais de exportações e aumentar a capacidade da população em adquirir os produtos. “O que não está acontecendo. As pessoas não estão consumindo carne porque não querem, mas porque não tem dinheiro. Mesmo baixando o preço da compra do produto, ele continua caro no supermercado. Isso também leva ao empobrecimento do produtor rural. Alguns estão saindo do ramo”, frisa.

“Devem aumentar as exportações para outros países, o que, também, não está acontecendo. Aumentar em todos os fatores, maiores números de países que vão comprar e maior volume, já que o Brasil tem a carne mais barata do planeta e, dentro do país, a barata é a do Pará”, finaliza Guilherme.

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