Mesmo com chuvas, venda de sombrinhas está abaixo do esperado em Belém, segundo comerciantes
Inverno amazônico apresenta, até o momento, desempenho inferior para comerciantes do setor, com vendas abaixo das expectativas

O mês de março de 2025, marcado pelas chuvas intensas do inverno amazônico, tem gerado um cenário econômico fraco para os vendedores de sombrinhas da capital paraense. Enquanto alguns comerciantes esperavam um aumento significativo nas vendas devido às condições climáticas, os números registrados até o momento estão aquém das expectativas, e até mesmo do desempenho do ano passado.
Expectativa de vendas não se realiza
Sandra Maria Alves, vendedora de sombrinhas no bairro da Pedreira há 30 anos, comentou sobre a realidade das vendas neste período: “Este mês está fraco, não vendi como no ano passado. A expectativa é que melhore um pouco nas próximas semanas, principalmente com o pagamento dos aposentados, que pode dar um fôlego nas vendas.”
Sandra estima que, neste mês, as vendas giram em torno de 30 a 40 unidades, um número inferior ao do ano passado, quando chegou a vender de 40 a 50 sombrinhas. Para ela, o período de verão foi mais rentável, já que as chuvas do inverno não geraram o movimento esperado.
Alguns números não decepcionam
Por outro lado, Maria Lourdes, também vendedora no bairro da Pedreira, relata que as vendas de março estão “normais”, nem muito abaixo, nem acima do esperado. Ela conta que, apesar de no início do inverno as vendas terem sido mais intensas, agora a média diária gira em torno de 10 a 15 unidades.
“Em março do ano passado, as vendas estavam mais fracas, então posso dizer que este ano vendi mais. Espero que a tendência seja de crescimento, principalmente com a chegada dos pagamentos”, disse Lourdes. Ela também observa que, no período de verão, o faturamento tende a ser maior, dado que a demanda por sombrinhas é mais constante e as pessoas estão mais expostas ao calor intenso.
Desafios logísticos impactam vendas
Miguel Cardoso, feirante e vendedor de sombrinhas na mesma região, traz uma perspectiva diferente. Para ele, o cenário está bem abaixo do esperado. “As vendas estão fracas, não superaram as do ano passado. A feira do Complexo da Pedreira ainda não está pronta, e nossa mercadoria está desorganizada aqui na rua. A expectativa é que, com o término da obra da feira, as vendas melhorem.”
Miguel observa que, durante o inverno, as vendas de sombrinhas sempre tendem a ser boas, mas este ano o movimento está significativamente abaixo do que seria esperado. Ele acredita que, com a organização do novo espaço, o faturamento pode melhorar.
Perspectivas para as próximas semanas
A expectativa para as próximas semanas é positiva entre os vendedores entrevistados. Segundo eles, com a liberação de aposentadorias e a tendência de aumento das chuvas, é possível que o consumo de sombrinhas aumente, assim como o ritmo de vendas.
Entretanto, a comparação com o ano passado ainda revela um quadro de estagnação, especialmente em relação ao aumento esperado em função do clima.
Impacto econômico do inverno amazônico
Em termos de faturamento, o mês de março, embora normalmente mais favorável que outros meses do ano devido ao inverno amazônico, ainda não atingiu o potencial.
Para muitos vendedores, a temporada de chuvas representa uma parte importante do ano, mas não o pico do faturamento – que costuma ser alcançado durante o verão, quando o calor intenso gera uma demanda mais constante.
Ainda assim, segundo eles, o inverno pode representar uma oportunidade de vendas para quem está disposto a se adaptar aos desafios do mercado, como a falta de um local organizado de venda, ou as flutuações de demanda causadas pelas condições climáticas.
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