Materiais de construção estão mais caros em Belém, cenário preocupa consumidores e comerciantes
Segundo empresário belenense, a alta está relacionada a valorização do dólar e ao aumento no valor dos combustíveis
Nos últimos meses, Belém tem enfrentado um aumento significativo nos preços dos materiais de construção, impactando tanto comerciantes quanto consumidores que planejam reformas ou construções. De acordo com a Associação dos Comerciantes de Material de Construção do Estado do Pará (Acomac-PA), desde o início da pandemia de covid-19, em 2020, o preço desses insumos no Estado vêm acumulando alta generalizada de preços entre 20% e 80%.
Vicente Grisolia, proprietário de uma loja de materiais de construção no bairro de Fátima há 26 anos, observa que praticamente todos os produtos vendidos em sua loja sofreram reajustes de preço recentemente. Ele atribui esses aumentos a fatores como a valorização do dólar, que encarece matérias-primas importadas, e ao aumento no preço dos combustíveis, que eleva os custos de frete.
“Praticamente todos os itens foram impactados. Tanto que, no início do ano, vários fornecedores anunciaram aumento de preço. Então, todos os produtos aumentaram. O dólar impacta muito nos preços das mercadorias, porque tem matéria-prima que é ligada a ele. E outra coisa, quando tem aumento de frete de combustível, o preço aumenta também, porque as mercadorias viajam via rodoviária para Belém, então quando ocorre essa alta nos combustíveis, os materiais acabam custando mais caro”, relata.
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Como dito anteriormente, a alta nos preços dos insumos não está impactando apenas comerciantes do setor. Consumidores também relatam dificuldades em manter a reforma ou a construção com a variação nos custos.
Carla Lima é empreendedora e está construindo o segundo andar de sua casa. Ela relata que, em 2019, o milheiro de tijolos custava, em média, R$ 380. Atualmente, ele está sendo vendido em torno de R$ 850. A consumidora afirma que, durante o período de pós-pandemia, os preços decolaram.
“Estou construindo uma suíte e uma sala na parte de cima da minha casa, eu já gastei aproximadamente R$ 10 mil reais na obra, e notei que o preço dos materiais aumentou bastante após a pandemia. Antes, em 2019, um milheiro de tijolos custava R$ 380, hoje ele é vendido por R$ 850”, afirma Carla.
Para enfrentar esse cenário e continuar vendendo, comerciantes estão adotando algumas estratégias. Vicente afirma que umas das dicas que ele segue é a de não repassar imediatamente os reajustes de preços aos clientes. O comerciante também conta que é importante fazer promoções e negociar preços melhores com os fornecedores. “A gente não repassa imediatamente os reajuste de preços e investimos em promoções dos produtos. Também tentamos negociar com os fornecedores para eles nos fornecerem os insumos a um preço melhor”, comenta o empresário.
A continuidade dessa alta nos preços dependerá de fatores econômicos, como a estabilidade do dólar e dos combustíveis. A situação exige cautela de todos os envolvidos no setor da construção civil em Belém, que precisam buscar alternativas para mitigar os impactos desses aumentos nos custos de materiais.
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