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Exportação de minério de ferro tem queda de 32% no primeiro bimestre de 2025

O produto representou 48% de tudo que o Pará exportou nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, mas a baixa resultou em um recuo de US$ 738 milhões para o setor

Paula Almeida / Especial para O Liberal

No primeiro bimestre de 2025, a balança mineral paraense apresentou uma dinâmica de contraste. O minério de ferro e seus concentrados, principal produto de exportação do Estado, registrou uma queda de 32%, que totalizou em uma perda de US$ 738 milhões em comparação ao mesmo período de 2024. Apesar disso, outras commodities minerais apresentaram fortes altas, como a alumina, com crescimento de 14

1%, e o ferro-gusa, que saltou para uma alta de 399%.

De acordo com Cassandra Lobato, coordenadora executiva do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), a redução na exportação de minério de ferro é reflexo do cenário internacional. “A queda pode ser atribuída à guerra comercial entre Estados Unidos e China, que tem dificultado o fluxo de commodities, e também à desaceleração do setor imobiliário chinês, que enfrenta um momento de baixa confiança. Como a China é um dos principais compradores do minério paraense, essa retração afeta diretamente nossas exportações”, explicou.

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Mesmo com o desempenho negativo do nosso principal produto, a balança foi beneficiada pela alta de outras commodities, como foi o caso da alumina, que alcançou US$ 607 milhões exportados nos dois primeiros meses do ano, representando um aumento de 141% em relação ao ano anterior. Já o alumínio registrou crescimento de 298%, movimentando US$ 102 milhões. Outro destaque foi o ferro-gusa, que alcançou US$ 83,3 milhões com um crescimento de 399%.

Segundo Cassandra, esse cenário positivo tem relação direta com a solidez de parcerias comerciais e adaptações do mercado internacional. “O aumento nas exportações desses minerais é resultado da renovação e ampliação de contratos com países como Noruega e Japão, que são compradores tradicionais. Além disso, no caso do ferro gusa, a alta está diretamente relacionada às recentes mudanças nas políticas tarifárias dos Estados Unidos. O país tem antecipado compras e aumentado seus estoques para se resguardar de possíveis novos impostos sobre importações de aço e derivados. Esse movimento estratégico impulsionou a demanda pelo ferro gusa paraense, consolidando os EUA como um parceiro comercial relevante nesse segmento”, detalhou.

A especialista ainda ressaltou que a diversificação das exportações tem sido essencial para minimizar os impactos da redução no minério de ferro. “Enquanto o minério de ferro sofre com a retração do mercado chinês, outros produtos estão se beneficiando de ajustes estratégicos dos compradores e de contratos sólidos. Isso demonstra a importância de o Pará manter uma pauta exportadora diversificada para garantir o equilíbrio de sua balança comercial”, concluiu.

Exportações Minerais do Pará (Jan-Fev 2025)

Minério de ferro e concentrados

US$ 1,59 bilhão | queda de 32% (-US$ 738 milhões)

Minérios de cobre e concentrados

US$ 384 milhões | alta de 4,21% (+ US$ 15,5 milhões)

Alumina (óxido de alumínio)

US$ 607 milhões | alta de 141% (+ US$ 355 milhões)

Ferro-gusa

US$ 83,3 milhões | alta de 399% (+ US$ 66,6 milhões)

Alumínio

US$ 102 milhões | alta de 298% (+ US$ 76,1 milhões)

Ouro (não monetário)

US$ 77,3 milhões | alta de 1,69k% (+ US$ 73 milhões)

Elementos químicos inorgânicos (óxidos e sais)

US$ 60,9 milhões | alta de 70,6% (+ US$ 25,2 milhões)

 

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