Pará e EUA: exportações sobem mais de 100% nos primeiros meses deste ano
Resultados podem ser reflexo da guerra comercial entre os países, avalia economista

As exportações do Pará com destino aos Estados Unidos demonstraram um aumento de 107,2% nos dois primeiros meses deste ano. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), que aponta os minérios de ferro, cobre e alumínio como os principais produtos paraenses exportados. Esses produtos são alvos das novas taxas de 25% anunciadas pelo governo Trump, movimento que, na avaliação do economista paraense Rafael Boulhosa, pode explicar o aumento nessa relação comercial entre os dois países.
O valor total da arrecadação com as exportações para o país americano foi de US$ 256 milhões (R$ 1.493.529.600,00), um acréscimo de US$ 132 milhões (R$ 770.101.200,00) em relação ao mesmo período do ano passado. O economista reflete que os números devem fazer parte de uma estratégia dos setores produtivos para aproveitar os preços atuais antes das mudanças anunciadas. Essa análise considera a chamada “guerra comercial” travada entre os países, após os anúncios de taxações sobre produtos de diferentes países, parte das mudanças da nova gestão Trump.
“Quando alguém sabe que vai ter mais dificuldade de exportação para outro país ou de venda porque vai acontecer algum tipo de barreira, elas correm para poder aproveitar aquele período antes que as barreiras passem a vigorar. Então, de repente, os importadores americanos, sabendo que o produto do aço brasileiro ia ficar mais caro, correram e aumentaram as importações antes disso”, especula Boulhosa.
As observações do economista, nesse caso, são apenas quanto a produtos não perecíveis, como os minérios, ele não acredita que isso aconteceria com carnes ou frutas, por exemplo. E, ainda nesse cenário de relações internacionais, ele ainda destrincha essa articulação de taxas como “um jogo de pressão”. Nesse esquema, Trump estaria, através das tarifas, tentando forçar países que possuem taxas mais altas de importação, como o Brasil, a reduzirem suas tarifas.
“Essa pressão é bem fundamentada, porque a gente tem realmente uma taxa de importação muito alta e, segundo, que aquilo que a gente exporta para eles, eles têm onde buscar em outros países também. Então, o Brasil tem que saber como negociar”, explica o economista.
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Outros saldos positivos
Além dos Estados Unidos, a relação entre o Brasil e o Canadá também apresentou bons resultados neste início de ano. Os números da balança comercial indicam que o crescimento das exportações para o território canadense foi de 31,5% até fevereiro. O valor total gerado dessa relação chega a US$ 205 milhões (R$ 1.195.990.500,00), um crescimento de US$ 49,2 milhões (R$ 287.037.720,00), em comparação com o mesmo período do ano passado.
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