Bolsa Família: Cresce quase um terço número de famílias beneficiadas no Pará de 2020 a 2025

Em 2020, eram 900 mil lares; em março deste ano, são 1,3 milhão de famílias

Valéria Nascimento
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Em Janeiro de 2020, 923.314 famílias em situação de extrema pobreza ou vulnerabilidade social no Pará recebiam os benefícios do Bolsa Família. Neste mês de março de 2025, são 1,34 milhão de famílias contempladas. Em números redondos, mais de 400 mil lares foram beneficiados no território paraense. Um crescimento de quase um terço de assistidos nos últimos seis anos. 

Do ano de 2020 para cá, o ano de 2022, em plena pandemia da covid-19, registra o recorde com maior número de beneficiados no Pará. De 1.759.770 milhões de famílias paraenses inscritas no Cadastro Único, que dá acesso aos benefícios do governo federal em outubro de 2021, o estado passou para 1.868.946 famílias em fevereiro de 2022. 

Belém também se destacou, em 2022, como a quinta capital com maior número de beneficiários da iniciativa. Foram 300.609 mil famílias atendidas.

A trajetória do programa de auxílio econômico é acompanhada por profissionais da área econômica em todo o país, por causa do impacto nas atividades econômicas locais influenciado pelo Bolsa Família. 

Em Belém, na quarta-feira (26), o doutor em direito econômico e financeiro, Helenilson Pontes destacou: “não há dúvida que a injeção de recursos que o programa Bolsa Família faz nas economias locais tem uma importância significativa na geração de emprego e renda nos municípios, na medida em que ela dinamiza o comércio local, e estimula o fluxo da economia”.

Bolsa Família impacta na arrecadação tributária 

Em Belém, o doutor em direito tributário, Helenilson Pontes

O tributarista Helenilson Pontes observa que além desse impacto na economia local, há um impacto importante na arrecadação tributária do Pará. “Essa economia local, que é dinamizada pela injeção de recursos do Bolsa Família, estimula o comércio local e, por consequência, também a geração de imposto”.

“O ICMS é um tributo que incide sobre o comércio e esse imposto é, evidentemente, impactado positivamente, à medida em que ele aumenta a arrecadação pela injeção de recursos do Bolsa Família. Portanto, o Bolsa Família tem uma repercussão social nas famílias, tem uma repercussão econômica na vida econômica das cidades e também tem uma repercussão tributária na arrecadação estadual do Pará”, acrescentou Pontes.

No Pará, disse ele, essa importância ainda é maior, tendo em vista a circunstância de que o Pará é um dos estados que mais recebe Bolsa Família, está no grupo dos seis estados com mais de um milhão de lares beneficiados (ver abaixo).

"Quer dizer, o Bolsa Família tem um impacto social evidente, à medida em que ele representa o sustento de milhares de famílias paraenses, mas também tem uma importância econômica, na medida em que ele aquece a economia local, estimulando o comércio local, principalmente na venda de mercadorias básicas para o consumo diário dos lares paraenses”, avalia Helenilson Pontes, que tem larga experiência em direito tributário.

Mudanças no CadÚnico

Para receber o Bolsa Família,  é preciso estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico). Ele é o único caminho para a população brasileira receber o auxílio, e também o Benefício de Prestação Continuada (BPC), entre outros programas sociais. E o CadÚnico acaba de passar por atualizações, para, segundo o governo federal, ficar mais simples e mais seguro também.

Na prática, o CadÚnico é uma plataforma eletrônica que coleta, processa, sistematiza e dissemina as informações para a identificação e caracterização socioeconômica das famílias de baixa renda, para acesso aos programas sociais. 

De acordo com o governo federal, a ideia é evitar que pessoas que não estão enquadradas nas exigências recebam a renda mínima. A principal mudança é que agora o sistema funciona com mais agilidade a partir do CPF da pessoa, o que facilita a identificação da veracidade dos dados de quem está se inscrevendo.

Atualmente, há mais de 40 milhões de famílias brasileiras inscritas no CadÚnico, cerca de 94 milhões de pessoas. Responsável pela atualização da plataforma, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) informou que com o grande volume de famílias inscritas, até então, as integrações de dados levavam dois ou três meses para serem realizadas. Agora, elas podem ser feitas em poucos dias, por meio de processos automatizados e rotineiros.

“O novo sistema tem uma plataforma de gestão de riscos e monitoramento, com o objetivo de garantir eficiência e evitar fraudes cibernéticas e outros tipos de fraudes”, informou o ministério.

A secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único do MDS, Letícia Bartholo, explicou, por ocasião do lançamento da nova plataforma, no dia 18 deste mês de março: “o novo cadastro é uma grande entrega. Ele facilita a vida de quem faz o cadastramento, mas principalmente a vida de quem vai se cadastrar, porque tornará o cadastramento e a atualização de dados sempre mais rápidos e mais ágeis”, disse.

Confira a trajetória do Bolsa Família no Pará:

Em Janeiro de 2020 - 923.314 famílias em situação de extrema pobreza ou vulnerabilidade social no Pará recebiam os benefícios do Bolsa Família.

Em Julho de 2021 - O número subiu para 964.128 famílias. Deste público, mais de 600 mil famílias (632.826 pessoas ou 65,6% do total) tiveram direito inclusive à terceira parcela da extensão do Auxílio Emergencial (AE), garantida pelo governo federal em razão da pandemia da covid-19.

Em Maio de 2022 - Na fase crítica da pandemia, a inscrição no CadÚnico e, consequentemente, no Auxílio Brasil, cresceu 6,2% no Pará. Um recorde. De 1,7 milhão de famílias inscritas no CadÚnico, em outubro de 2021, o número pulou 1.868.946 famílias em fevereiro de 2022.

Em Abril de 2023 – o Pará foi o sétimo estado brasileiro com maior número de beneficiários do país, com 1,35 milhão de famílias atendidas.

Em Janeiro de 2024 – o Bolsa Família pagou 1,35 milhão de beneficiários nos 144 municípios do Pará.

Em Janeiro de 2025 – o Pará registrou 1.356.338 famílias no programa.

 

Veja os números atuais do Bolsa Família no Brasil, região Norte e Pará:

     Brasil

Março de 2025

20 milhões e 500 mil famílias contempladas

R$ 13,7 bi (Transferidos pelo Governo Federal)

R$ 668,65 (É o valor médio do benefício)

R$ 5.570 (Municípios brasileiros atendidos)

Estados

Bahia – tem o maior número de contemplados em março (2,46 milhões de famílias contempladas)
São Paulo – tem números próximos da Bahia (2,46 milhões de famílias contempladas)

Pernambuco – (1,58 milhão), Rio de Janeiro (1,57 milhão), Minas Gerais (1,57 milhão), Ceará (1,45 milhão), e Maranhão (1,23 milhão)

 

Região Norte

2,61 milhões de famílias (R$ 704,03 é o valor médio do benefício)

Pará - 1.346.621 famílias contempladas (valor médio de benefício de R$ 695,10)

Belém – 167,3 mil famílias contempladas, o maior número de beneficiários

Ananindeua – 52.226 famílias contempladas

Santarém – 48.904 famílias contempladas

Abaetetuba – 39.927 famílias contempladas

Cametá – 33.089 famílias contempladas

*FONTE: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) / Março / 2025. 

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