CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Decreto de Trump que retira EUA do Acordo de Paris pode ameaçar metas da Cop 30; entenda

Ação foi uma estratégia do presidente pela sobrevivência da economia americana, avalia internacionalista

Maycon Marte
fonte

O decreto do presidente americano, Donald Trump, que retira o país do Acordo de Paris faz parte de uma série de mudanças realizadas logo após a sua posse na última segunda-feira (20). O acordo representa o pacto de 190 países, firmado em 2015, com o objetivo de limitar o aquecimento global abaixo de dois graus Celsius. Para o internacionalista Mário Tito a “mensagem de não sustentabilidade” que a potência americana deixa, intensifica a dificuldade de acordo entre os países, o que deve dificultar a realização das metas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (Cop 30).

O rompimento com o acordo, segundo Tito, abre possibilidade para uma desmobilização da agenda ambiental internacional, caso outros países decidam seguir o exemplo americano e optem por explorar seus recursos naturais sem compromisso com as metas climáticas. Isso, somado à dificuldade de acordo entre os países, deixa a Cop 30 em clima de incertezas, em especial, quanto ao financiamento das metas.

“Na Cop 29, no Azerbaijão, um dos fracassos veio exatamente de não se saber de onde viria o dinheiro para garantir metas ousadas e, nesse sentido, o problema foi transferido para a Cop 30, em Belém. E, agora, sem os EUA vai ser ainda mais difícil arregimentar recursos para financiar essas coisas, isso pode impactar, por exemplo, as iniciativas brasileiras de proteção da Amazônia e outros projetos da perspectiva socioambiental”, explica.

Outra leitura da movimentação americana aponta para a ausência do presidente americano na Cop 30, o que marcaria o descomprometimento do país com as metas e acordados que o encontro planeja. “A ausência dos Estados Unidos não é só o não comprometimento com as metas, é também o não comprometimento com o financiamento para se alcançar essas metas”, explica. No entanto, ele vislumbra a possibilidade de uma união ainda mais intensa entre os países que permaneceram, o que acarretaria em um isolamento da potência americana.

VEJA MAIS

[[(standard.Article) Políticas para imigrantes determinadas por Trump gera incerteza para comunidade brasileira]]

image 'Xamã' que se tornou símbolo do ataque ao Capitólio é libertado por Trump
O homem foi um dos 1.600 manifestantes que receberam o perdão presidencial após Trump assinar uma ordem executiva, poucas horas depois de reassumir o cargo.

image Musk causa polêmica com saudação ao público após posse de Trump
Gestos repercutiram como saudação nazista

Sobrevivência da Economia Americana

“Por trás da decisão de Donald Trump está uma busca intensa por garantir a produtividade da economia”, afirma o internacionalista. Para ele, Trump está tentando se desvencilhar de uma desaceleração que a atenção à agenda climática pode estar acarretando no avanço da economia americana. A medida vai na contramão da transição energética para modelos mais sustentáveis que seu antecessor, Joe Biden, havia proposto, mas não causou surpresas, já que o presidente recém empossado manifestava sua posição de explorar combustíveis fósseis e outros cursos naturais desde a sua campanha.

“Em termos econômicos, a China cresce mais rápido que os Estados Unidos, os americanos sabem disso e interpretam que um dos problemas da não produtividade da economia é justamente estarem seguindo as orientações emanadas desses acordos internacionais para a garantia da proteção do meio ambiente”, avalia.

O cientista político André Buna reforça que o novo comportamento dos Estados Unidos reflete ainda de maneira incerta na política internacional. Segundo ele, as decisões sobre a taxação de produtos estrangeiros, em especial os de países pertencentes ao BRICS, assim como a continuidade ou não do processo de “desdolarização”, onde outras potências deixariam de usar a moeda americana nas transações, ainda são essenciais para medir a tensão do futuro. “Os Estados Unidos não produzem suficientemente toda a matéria prima necessária para os seus insumos locais e isso é uma bomba relógio”, observa.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Economia
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM ECONOMIA

MAIS LIDAS EM ECONOMIA