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Consumidores nortistas devem gastar 45% a menos com compras de final de ano, diz pesquisa

Em Belém, lojistas sentem queda no movimento e se decepcionam com as vendas

Elisa Vaz
fonte

Consumidores que vivem na região Norte devem reduzir em 45% suas compras de final de ano, na comparação com o mesmo período de 2021, segundo a pesquisa Radar, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).​ Este é o terceiro maior percentual entre todas as regiões do país, ficando menor que o índice nacional, que é de 46%. Em Belém, muitas lojas sofrem com o movimento baixo de clientes, mesmo faltando menos de 10 dias para o Natal. É o caso da gerente de uma loja de acessórios no centro comercial, ​Márcia Luana, que esperava um fluxo maior de pessoas no mês de dezembro e acabou se decepcionando.

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"Sinto que diminuiu muito a venda. No ano passado, em que estávamos na época de pandemia, foi melhor. Temos que ficar inovando para chamar os clientes para dentro da loja, criamos alguns kits com relógio, pulseira e brinco, todos da mesma cor, para presentear. Geralmente, nessa época é muito mais lotado", conta a gerente. Segundo Márcia, a loja costuma contratar quatro funcionários temporários no fim do ano, e em 2022 só duas pessoas a mais foram chamadas, o que mostra o enfraquecimento das vendas. O que mais está sendo comprado pelos clientes são as bijuterias folheadas, com uma média de preços bem abaixo do esperado. "Eu não sei se as pessoas estão deixando para cima da hora, mas tomara que aumente".

Comerciante, ​Marina do Socorro, de 38 anos, estava no centro comercial como consumidora. Ela aproveitou o tempo livre para olhar presentes para as três filhas, de 9, 18 e 14 anos de idade, que vão ganhar roupa e sapato. Como neste ano a condição financeira da mãe não está boa, a solução vai ser investir em itens de baixo valor. Até porque, de acordo com Marina, os preços subiram muito em um ano.

"Você vê a diferença no movimento. Antigamente vinha no comércio e mal conseguia andar, o movimento era muito grande, porque era mais acessível. Em dias de semana as pessoas desistiam de comprar por causa das filas, e hoje não encontro essa dificuldade por causa dos preços. Por isso vou levar coisas em conta, só lembranças, algo que caiba no meu orçamento para levar para as três, não adianta dar só para uma. E depois vejo se consigo comprar algo pessoal para usar no Natal", adianta a consumidora.

image Agnaldo Araújo espera vender 10% a mais neste Natal (Carmem Helena / O Liberal)

Vendas altas

Já em outros estabelecimentos do centro comercial visitados pela reportagem o movimento era bom. Gerente de uma loja de sapatos, Agnaldo Araújo espera vender 10% a mais neste Natal do que no ano passado. "Estamos vindo de uma pandemia, em que o movimento ficou ruim para os lojistas, então tem uma expectativa de crescente", afirma. Segundo ele, o fluxo maior de pessoas começou na última sexta-feira (9) e deve aquecer ainda mais até o dia 24, na próxima semana. Os preços na loja continuam os mesmos do ano passado, diz o gerente, e o que mais está sendo vendido são as sandálias de salto alto femininas, que também são as mais caras da loja, chegando a R$ 200.

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A trabalhadora da área de serviços gerais Ane Pinho, de 37 anos, mora em Portel, mas decidiu passear em Belém e aproveitou para fazer as compras de Natal. No total, ela espera gastar até R$ 600 com presentes para vários familiares e amigos. Como são muitas pessoas para presentear, ela estava procurando itens em conta no comércio. "É melhor vir aqui porque tem mais variedade de peças e de preço. Vou comprar roupa, sapato, de tudo um pouco. Aqui a gente vem, entra, sai, é uma loucura mas dá para achar muita coisa", opina. Já as roupas que Ane vai usar no Natal e no Réveillon já foram garantidas antes, e a consumidora gastou cerca de R$ 1.000 com a produção.

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