Compras antecipadas de Natal animam comerciantes de Belém
Lojistas estão otimistas com aumento de vendas no final de ano
O centro comercial de Belém já vive dias de movimento intenso com a proximidade das festas de Natal daqui a 11 dias. Nas ruas dos bairros da Campina e Cidade Velha, o fluxo de consumidores é constante seja nas barracas de ambulantes ou nas lojas do comércio popular, onde a busca por presentes, itens de decoração típicos da época e confecções em geral cresceu nos últimos dias e deu novo o ânimo para a economia local.
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Na manhã desta terça-feira, 13, muitos consumidores já circulavam com várias sacolas, o que indica que há uma tendência de antecipação das compras. É o caso da administradora Michelle Araújo, 41, que esteve no comércio em busca de roupas para ela própria e para presentear o marido e a filha. “Estou me adiantando porque semana que vem vai estar bem movimentado e mais lotado. O comércio está bem mais em conta, com certeza. Se for no shopping, a gente que tem criança, com um valor a gente compra só um, aqui a gente compra vários e tem mais opções de economia e de produtos”, comenta.
Se nas últimas semanas, os artigos relacionados à seleção brasileira tomavam conta de grande parte dos empreendimentos, agora, com o Brasil fora da competição, o foco do comércio se voltou para os eventos do final de ano, impulsionando principalmente o segmento de vestuário. “A expectativa tá top. Depois que passou a Copa, o movimento melhorou muito, melhorou 100%. Aqui na minha loja tem muita gente atrás de camisa e bermuda para o Natal, já se antecipando para não deixar pra cima da hora”, conta Selinor Silva, 38, empresário que possui há quatro anos uma loja em um shopping popular na rua João Alfredo.
Segundo o lojista, o cenário é tão positivo que até a prática da pechincha tem sido deixada de lado. “Quando o cliente gosta da mercadoria, eles nem reclamam e pagam mesmo. Tem aqueles que choram, ai a gente abate, mas fora isso está tudo ótimo”, afirma Selinor.
Para a empresária Alexa Moura, 25, que inaugurou uma loja de moda feminina a nove meses, as vendas até o momento já superaram o previsto. “O mês de dezembro, diferente de todos os outros meses, tem sido um mês que a expectativa de venda foi grande e tem nos surpreendido. Principalmente depois da Copa, a gente já viu uma movimentação completamente diferente já na segunda-feira, mas também desde o dia 1º de dezembro eu já percebi uma busca incessante pelo look do Natal e do Ano Novo porque ninguém quer passar despercebido”, relata.
Da mesma forma, Alexa observa que os consumidores estão dispostos a pagar mais, sobretudo quando se trata de adquirir itens para uso pessoal. “Nesse período, a pessoa já não se importa de comprar uma peça com valor acima. Nos outros meses, a pessoa já tem aquela cautela. Chegou o final de ano, parece que já tem um pouquinho de dinheiro a mais, ai ela não se importa de pagar um valor maior e ai vai investindo mais”, ressalta a lojista, que, no entanto, diz estar disposta a negociar descontos para atrair mais clientes e aumentar o faturamento.
Comércio deve apresentar resultado positivo após dois anos
As percepções dos comerciantes de Belém condizem com a projeção feita pela Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que estima que o Natal deve movimentar R$ 65 bilhões na economia, o que significa um aumento de 1,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse seria a primeira alta do setor após dois anos do período mais crítico da pandemia. Em dezembro de 2020, as estimativas apontam que houve perda de 2,8% no faturamento, enquanto que no ano passado a queda foi de 2,1%.
Ainda de acordo com a CNC, os destaques do faturamento devem ser os hiper e supermercados, que devem arrecadar cerca de R$ 25 bilhões; o segmento de vestuário, calçados e acessórios, que devem ter mais de R$ 22 bilhões em vendas; e as lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos, que esperam comercializar R$ 8,19 bilhões.
No âmbito local, a Federação do Comércio, de Bens e Serviços do Estado do Pará (Fecomércio-PA) trabalha com a estimativa de que o varejo terá um avanço de 6% a 8% durante o Natal, com percentuais diferenciados dependendo dos tipos de bens de consumo.
‘Em 2022, constata-se maior circulação de pessoas no centro comercial, em shoppings centres e comércio de rua, isso aumenta a propensão a consumir, a confiança dos agentes econômicos e, por consequência, o fluxo de vendas. Outros indicadores como a melhoria no mercado de trabalho, injeção de recursos por meio das políticas de transferência de renda e o fator sazonal também fazem com que as vendas sejam impulsionadas”, destaca Lúcia Cristina Lisboa, assessora econômica da Fecomércio-PA.
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