Confira dicas para evitar cair nos juros rotativos do cartão de crédito

Para o ministro, as novas taxas só serão definidas após o término das tratativas com os principais bancos que atuam no país, mas, por enquanto, ainda os juros ainda irão subir.

Igor Wilson

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, garantiu que os juros do cartão de crédito rotativo irão cair drasticamente em breve, embora ainda permaneçam em níveis exorbitantes nos próximos meses. Durante entrevista a emissoras de rádio no programa ‘Bom dia ministro’ de ontem, Haddad valorizou as reuniões realizadas entre representantes do governo e de instituições financeiras desde o mês passado, com o objetivo de chegar a uma solução para o problema que atinge boa parte dos consumidores e que atravanca a economia brasileira. O ministro deu o prazo de 90 dias para uma definição sobre o tema.

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O Brasil possui a maior taxa deste tipo de juros da América Latina e uma das maiores do mundo. Os brasileiros que fizeram uso do rotativo do cartão de crédito em junho deste ano amargaram uma taxa média de juros de 437,3%, mostram dados revelados pelo BC (Banco Central). A bola de neve criada com o chamado ‘juros em cima de juros’ é a responsável pelo endividamento e inadimplência de milhões de brasileiros.

Para o ministro, as novas taxas só serão definidas após o término das tratativas com os principais bancos que atuam no país, mas, por enquanto, ainda os juros ainda irão subir. “Vai cair. Quando eu falo gradualmente, não é que vai cair de 430% para 420%. Vai cair muito, mas, mesmo caindo muito, vai continuar alto por um tempo até a gente cumprir uma transição. O que vamos contratar no sistema bancário é uma transição para um sistema que seja mais saudável do que esse”, disse.

Diferenças

A diferença entre os juros do cartão de crédito rotativo e os juros normais está na taxa aplicada e na forma como são cobrados. Os juros do cartão de crédito rotativo são geralmente mais altos do que os juros normais, pois são cobrados quando você não paga o valor total da fatura até o vencimento, ou seja, paga o chamado ‘minímo’. Esses juros acumulam-se mensalmente sobre o saldo não pago, é o juros sobre juros. Por outro lado, os juros normais podem ser mais baixos e são aplicados a compras parceladas ou ao saldo total da fatura quando você paga o valor integral a tempo. Sempre é recomendável evitar o pagamento de juros do cartão de crédito, priorizando o pagamento integral da fatura.

“Os juros rotativos eles recaem sobre o saldo pendente no cartao de crédito. Se a pessoa paga só uma parte da fatura, os juros reacem sobre o restante. E se ele não consegue pagar tudo no mês seguinte, o que acontece muito, os juros recaem novamente. Vira uma bola de neve. O Brasil tem uma taxa de juros muito alta, próximo dos 15% ao mês e isso fica muito dificil para quem não conseguiu pagar antes, conseguir pagar depois”, diz o economista Rafael Boulhosa, falando sobre a expectativa do corte de juros anunciado por Haddad.

“O problema não é só a taxa de juros. Quando Haddad fala que vai cair muito, isso depende que o Brasil crie um ambiente econômico mais favoravel, ou seja, um ambiente que você possa confiar no crescimento do país. Se o país não está tendo nível de criação de empregos, isso indica possibilidade que mais pessoas fiquem desempragadas, e quem fica desempregado não consegue pagar as contas. Então não é simplesmente corte de taxa de juros, é todo um conjunto de fatores que determina se há segurança ou não, os bancos não querem levar calote. Para essas taxas reduzirem, os impostos e tarifas também precisam reduzir, o que não vejo acontecer. O governo aumentou gastos, criou muitos ministérios, isso não é bom indicador”, diz.

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