Comércio do Pará registra índice de vendas estável em outubro
Vendas do varejo no estado subiram 0,6%, enquanto o índice nacional variou 0,4%
As vendas no varejo paraense não sofreram alteração em outubro na comparação com o mês anterior, permanecendo com índice de 0,6%, de acordo com dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é positivo no balanço de um ano, sendo este o sexto mês com maior alta no período, ficando atrás de março (5,2%), fevereiro (2,3%), janeiro (1,9%), outubro de 2021 (1,4%) e novembro de 2021 (1,0%).
Frente aos resultados nacionais, o comércio paraense teve melhor desempenho no período analisado. Segundo o IBGE, o volume de vendas subiu 0,4% em todo o Brasil frente a setembro. O Pará também teve resultados melhores quando se avalia a variação dos últimos dos últimos 12 meses, em que se verificou alta de 4,1%; e no acumulado do ano, com variação de 5,4%. Os índices nacionais tiveram variação de 0,1% e de 1%, considerando os dois períodos, respectivamente.
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No ranking nacional, o Pará aparece em 12° lugar, inclusive com resultado superior ao do estado de São Paulo, que teve índice de vendas do varejo com alta de 0,4%. As primeiras posições foram ocupadas pelos estados do Amapá (5,1%), Roraima (2,1%), Acre (2,0%), Mato Grosso do Sul (1,7%) e Rondônia (1,3%).
Para Lúcia Cristina Lisboa, assessora econômica da Federação do Comércio, de Bens e Serviços do Estado do Pará (Fecomércio-PA), apesar da pesquisa mostrar que o Pará tem superado a variação nacional, a taxa está aquém do esperado para o setor. A elevação dos juros e a inflação seriam dois aspectos que explicariam o resultado modesto.
“A expectativa era maior. Todavia, alguns fatores são limitantes para o aumento do volume de vendas em magnitude maior, como a elevada taxa de endividamento das famílias (61,4% possuem dívidas), a inadimplência (21,4% das que têm dívidas estão com os pagamentos atrasados) e o comprometimento de parcela da renda das famílias para pagar as dívidas, que chega a 31%”, analisa Lúcia.
O PMC mostra ainda que cinco das oito atividades pesquisadas tiveram saldo positivo, com destaque para a área de móveis e eletrodomésticos, que cresceu 2,5%. Por sua vez, os segmentos de “equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação” e “outros artigos de uso pessoal e doméstico” tiveram incremento de 2% nas vendas, “combustíveis e lubrificantes” subiu 0,4%, e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceram 0,2%. Na contramão disso, “artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria”, “tecidos, vestuário e calçados” e “livros, jornais, revistas e papelaria” ficaram no campo negativo, com quedas que vão de 0,4% a 3,8%.
O empresário Reginaldo Jr., proprietário de uma rede de lojas de colchões e móveis na capital, confirma que a tendência do setor no mês de outubro foi de estabilidade. “Eu acho que esse fim de ano vai ser de estabilidade, sem crescimento expressivo. Se tiver alguma oscilação, vai ser pouca, mesmo com 13º salário, porque o custo básico da família aumentou muito, então esse ônus acaba impactando na hora do consumo final”. Mesmo assim, Reginaldo tem apostado no negócio e esse ano já abriu novas filiais do empreendimento visando atender a demanda de clientes de Icoaraci e Ananindeua.
Por outro lado, Lúcia Lisboa acredita que os balanços dos próximos meses devem apresentar índices mais expressivos e fechar com saldo positivo para o varejo. “Dado o aquecimento das vendas que ocorreram com Black Friday e as promoções por ocasião da Copa do Mundo, que de qualquer forma motivaram vendas, mesmo que em alguns setores. E, atualmente, a expectativa é por conta das tradicionais confraternizações de Natal e final de ano, que além da tradição de presentear, renovar vestuário e outros itens, como eletroeletrônicos, contam com injeção de recursos do 13º salário, que sempre impulsionam as vendas em dezembro”, acrescenta.
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