Chuvas em Belém: vendedores ambulantes têm queda nas vendas
Comerciantes apontam baixa no faturamento devido ao pouco fluxo de pessoas nas ruas
O período chuvoso em Belém tem trazido grandes desafios para os vendedores ambulantes, que dependem do movimento diário nas ruas para garantir o sustento. Mesmo em locais privilegiados, como a praça Batista Campos, a intensa chuva tem afastado os clientes e impactado negativamente nas vendas.
Lucileia de Paula trabalha há 15 anos como ambulante e informa que, apesar de tantos anos na profissão, ainda sente o impacto na renda durante o período de chuvas na capital. "A chuva espanta os clientes e aí as vendas diminuem, todo ano é isso!", lamenta.
A comerciante mantém sua barraquinha na praça vendendo refrigerantes, bombons, salgadinhos e outros itens, e relata que, além da chuva, precisa ganhar da concorrência para garantir o sustento.
"Se eu estiver sozinha, até consigo vender. Mas quando há mais colegas ambulantes aqui, não tem condições, os produtos não saem tanto, já que a maioria vende produtos iguais".
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Vendedores de outras cidades também estão sendo afetados
Adriano Oliveira é vendedor ambulante em Ananindeua. Com um carrinho próprio, ele comercializa guloseimas e cigarros no bairro do Paar há 12 anos, e afirma que as chuvas estão impactando no seu sustento, já que as vendas do carrinho são sua única fonte de renda.
“A minha renda eu tiro daqui. Quando chove, as vendas caem, então há uma diminuição no meu lucro, realmente”, afirma.
Outro ponto que está impactando no lucro dos ambulantes é o aumento no preço dos itens que compõem a venda. Adriano conta que, por causa disso, precisa aumentar o valor de alguns produtos, o que faz com que ele não venda tanto quanto antes. "As coisas encareceram, piorou mesmo. Por causa disso, a gente precisa cobrar mais caro dos clientes, pra poder ter um lucro, sabe?!”, conta ele.
Segundo Roger Vasconcelos, presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes de Belém, o período chuvoso de fato diminui as vendas, mas, por ocorrer todo ano, os ambulantes costumam se preparar para enfrentá-lo.
“Os vendedores, geralmente, fazem uma uma proteção a mais nos carrinhos, eles costumam fazer reservas. As vendas caem, mas não de uma maneira tão expressiva, então eles vão tocando o trabalho até o período melhorar”, afirma Roger.
O impacto das tempestades nos trabalhadores informais revela a fragilidade do setor, que, em sua maioria, não possui alternativas para lidar com períodos de baixa demanda. Enquanto isso, as belezas da nossa cidade, como a Praça Batista Campos, permanecem quase desertas durante os dias chuvosos, lembrando o peso que o clima pode ter sobre a economia informal da capital paraense.
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