Pastor que orou pela morte de Paulo Gustavo é condenado por homofobia
Quando o humorista estava internado por covid-19, José Olímpio da Silva Filho disse que ia orar pela morte do artista porque tem aversão odiosa à orientação sexual de Paulo Gustavo
A Justiça de Alagoas, por meio da 14ª Vara Criminal da Capital — Crime contra Menor, Idoso, Deficiente e Vulnerável, condenou o pastor José Olímpio da Silva Filho por crime de homofobia contra Paulo Gustavo. Quando o artista estava internado por covid-19, em abril do ano passado, o religioso usou suas redes sociais para dizer que estava orando pela morte do humorista, por ter aversão odiosa à orientação sexual dele. As informações são do Estadão.
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“Eu oro para que o dono dele o leve para junto de si”, disse o pastor na época nas redes sociais. Ele foi condenado a dois anos e nove meses, mas por se tratar de uma pena inferior a quatro anos e de crime cometido sem violência ou grave ameaça, o titular da vara, juiz Ygor Figueiredo, substituiu a privação de liberdade por duas penas restritivas de direito. O pastor terá que prestar serviço à comunidade pelo tempo da pena, durante seis horas semanais e pagará 30 salários-mínimos, que serão revertidos para grupo ou organização não governamental do Estado com atuação em favor da comunidade LBGTIA+.
Ele ainda deverá pagar 96 dias-multa, cada dia no valor de 1/10 do salário-mínimo vigente à época dos fatos, e custas processuais. “É inconcebível que no atual estágio civilizatório que nos encontramos e diante de tantas e reiteradas decisões da Suprema Corte sobre a matéria, sejam toleradas práticas discriminatórias em função do sexo, gênero ou sexualidade do indivíduo, já que a conduta promove a segregação entre as pessoas e ofende ao princípio da dignidade da pessoa humana”, diz o magistrado na sentença.
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A defesa do pastor argumentou que houve “apenas um grande mal-entendido e que as postagens foram feitas com a intenção de que o ator Paulo Gustavo fosse levado aos caminhos da igreja e não castigado em decorrência de sua orientação sexual”.
José Olímpio também negou durante o seu depoimento o discurso homofóbico, afirmando que pertence a uma igreja inclusiva e tem parentes e amigos homossexuais.
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