Menino de 4 anos tem oito costelas fraturadas após ser espancado pela mãe e pelo padrasto

Um menino de quatro anos foi agredido pela mãe e pelo padrasto em São Vicente, no litoral de São Paulo. Conforme o levantado pelo portal G1, nesta terça-feira (4), a criança teve oito costelas e um braço fraturados. Em um vídeo que parece ter sido gravado após as agressões, a mãe do garoto disse que bateu nele porque na casa dela "ele não ia bagunçar". 

A tia da criança, a comerciante Jéssica dos Santos, de 31 anos, relatou que o sobrinho passa os fins de semana na casa da mãe.  "O menino e as duas irmãs foram criadas pelo meu irmão [pai das crianças], mas ficavam com a mãe de 15 em 15 dias. E, até então, não tínhamos reparado nenhum tipo de agressão", conta.

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De acordo com Jéssica, nos últimos meses, a mãe das crianças se recusava a deixá-las ver o pai. "Meu irmão estava tendo dificuldades para pegar as crianças. Ele sempre cuidou dos três, mas não fez nenhum documento na Justiça. Foi tudo acertado informalmente", explica ela.

Ela conta que soube que o sobrinho estava machucado e com diversos hematomas no dia 28 de setembro. "Soubemos que o marido da mãe dele [padrasto] o levou enrolado em um lençol para a casa dos pais dele [pais do padrasto] e que eles tinham levado meu sobrinho para o hospital. Na hora, ficamos perdidos sem entender direito o que estava acontecendo.”

Jéssica disse que a família ficou em choque quando chegou ao hospital e viu o estado de saúde do menino. Os exames constataram que ele tinha várias fraturas e marcas roxas pelo corpo. Ele foi transferido para a UTI pediátrica da Santa Casa de Santos.

Em um vídeo que o G1 teve acesso, a mãe aparece falando com o menino logo após as agressões. Na gravação, a criança está sem roupas, encostada na parede e machucada. A mulher diz: "Tá rangindo tu? Tu tá rangindo e virando a cabeça? Dentro da minha casa você não vai fazer bagunça. Você não vai fazer bagunça (sic)".

A comerciante afirmou que a família espera por uma explicação, já que a mãe e o padrasto não foram encontrados. "Me pergunto toda vez que olho pra ele daquele jeito como que eles puderam ser tão cruéis assim. O que aconteceu para que eles fizessem isso? Todos estamos sem entender tanta maldade"

A Prefeitura de São Vicente esclareceu que os profissionais de saúde não podem comentar o caso. A Guarda Civil Municipal (GCM) informou que não foi acionada para essa ocorrência. Procurada pelo g1, a Santa Casa de Santos informou que no dia 29 deu entrada um paciente com as características mencionadas, mas o hospital não tem autorização para dar mais informações sobre o caso.

Em nota, a Secretaria de Segurança de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso da criança citado foi registrado como lesão corporal e abandono de incapaz na Delegacia Policial de São Vicente. O caso foi encaminhado para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) que está investigando os fatos e informou que não vai dar mais informações.

(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Hamilton Braga, coordenador do Núcleo de Política)