Em imagens, Defesa Civil de Alagoas mostra avanço das fissuras em Maceió; entenda
Desde o início do monitoramento, no dia 28 de novembro, o solo afundou 1,61 metro
Registros das 17h deste sábado (2), feitos pela Defesa Civil de Alagoas para monitorar a mina da Braskem com risco de colapso em Maceió, mostram avanço das fissuras que podem causar uma catástrofe na região. Ainda de acordo com as imagens aéreas, a área seca está sendo cada vez mais ocupada pela água da Lagoa Mundaú.
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Segundo o coordenador da Defesa Civil de Alagoas, coronel Moisés, há “várias fissuras”, que continuam sendo ampliadas naquela região. “A cratera se encontra na lagoa [60% na lagoa Mundaú], com 40% no continente. Essa parte molhada ampliou hoje. Ontem tínhamos apenas uma pequena parte molhada. Isso prova que esse rebaixamento, esse afundamento da terra, que era de 1,40 m, está agora em torno de 1,60 m", detalhou.
As décadas de mineração feita pela Braskem agravaram a instabilidade no solo e provocaram a evacuação de mais de 14 mil imóveis em cinco bairros, afetando cerca de 60 mil pessoas. Somente um ano após o primeiro tremor de terra que abriu rachaduras em ruas e imóveis, em 2018, a empresa encerrou a extração de sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC.
Monitoramento
As imagens da mina, na área do antigo campo do CSA, no Mutange, são feitas pelo menos duas vezes por dia para acompanhar a evolução do afundamento do solo, de acordo com o coordenador da Defesa Civil. A região tem outras 34 minas de responsabilidade da Braskem.
Além das imagens, a área é monitorada 24 horas por equipamentos. Segundo o coronel Moisés, somente no sábado, 250 tremores foram registrados no local. Não há relatos de que os microssismos tenham sido sentidos pela população.
"Estamos fazendo essas imagens duas, três vezes por dia, no mesmo horário. Acompanhando a mesma maré, para que possamos ter imagens reais de tudo o que está acontecendo", afirmou.
O solo na região da mina 18 está afundando em ritmo mais lento, de 0,7 cm/h, mas o risco de colapso não foi descartado. Desde o início do monitoramento, no dia 28 de novembro, o solo afundou 1,61 m. Das 18h de sexta-feira (1º) até as 18h de sábado (2), o deslocamento de terra foi de 11,8 cm.
Cratera
A própria Braskem relata que a acomodação do solo da mina pode ocorrer de forma gradual até a estabilização ou de forma abrupta, abrindo uma cratera no local do tamanho do estádio do Maracanã.
A mineradora afirma que vem adotando as medidas para o fechamento definitivo dos poços de sal, conforme plano apresentado às autoridades e aprovado pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Esse plano registra 70% de avanço nas ações, e a conclusão dos trabalhos está prevista para meados de 2025.
A área no entorno do Mutange já foi completamente evacuada, assim como na maior parte dos bairros vizinhos, Bom Parto, Bebedouro e Pinheiro. Segundo a Defesa Civil de Alagoas, o colapso da mina não representa mais risco para a população porque as regiões ocupadas estão a uma distância segura.
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