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Uso de vapes aumenta 600% no Brasil e acende alerta para complicações pulmonares, avalia médico

No Pará, unidades oferecem tratamento integral e gratuito para quem deseja abandonar a prática

Gabriel Pires
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O crescimento acelerado do uso de cigarros eletrônicos, conhecidos popularmente como “vape”, trouxe um alerta em todo o país. Nos últimos seis anos, o número de usuários aumentou 600%, no Brasil, alcançando quase três milhões em 2024, segundo o Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec). O avanço expressivo sinaliza sobre os riscos à saúde pulmonar, especialmente diante da falta de regulamentação e das evidências sobre os danos causados pelo “vape”. No Pará, unidades oferecem tratamento integral e gratuito para quem deseja abandonar a prática.

Os riscos dos cigarros eletrônicos têm embasamento científico, como explica o pneumologista Rubens Tofolo. Ou seja, garantidamente, oferecem perigo ao organismo, segundo o médico. Os danos são pontuais e implicam em atenção, pois em alguns casos podem ser irreversíveis.

“Assim como os cigarros tradicionais, os eletrônicos viciam e potencializam as substâncias químicas que afetam órgãos vitais, como pulmão, coração e cérebro”, comenta o pneumologista.

“A diferença é que pela existência de produtos altamente prejudiciais, os problemas começam a surgir com pouco tempo de consumo. As substâncias químicas presentes no cigarro eletrônico podem provocar episódios de falta de ar, irritação na pele, tosse, alterações na voz e outros problemas de saúde. É muito importante alertar que essas substâncias aumentam o risco de câncer, incluindo câncer de boca, de língua ou câncer de garganta", acrescenta Tofolo.

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Substâncias do vape podem ser perigosas

Tofolo lembra, ainda, que há substâncias presentes nos líquidos dos vapes que podem ser especialmente prejudiciais aos pulmões: “Entre os componentes químicos do cigarro eletrônico, está o diacetil, substância associada à doença pulmonar grave. Há ainda a presença de níquel e chumbo, altamente perigosos quando inalados com frequência. Esses químicos podem provocar episódios de falta de ar, irritação na pele, tosse, alterações na voz e outros problemas de saúde”.

“A Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarro Eletrônico, conhecida como Evali, tornou-se um problema de saúde pública pela proporção que atingiu seres humanos. O alerta surge quando a pessoa passa a desenvolver sintomas respiratórios agudos, como tosse que não para, falta de ar, dor no peito, vômito, diarreia. Nesses casos, é essencial procurar um médico e não seguir pela automedicação ou o uso de remédios caseiros, pois a evolução para uma condição mais grave é rápida e pode ser tarde demais”, enfatiza.

Risco entre os jovens

Atualmente, o que se percebe é que o uso dos vapes é maior entre os jovens. Rubens afirma que a segurança de usuários mais novos, além da proteção à saúde, claro, é a forma como os cigarros eletrônicos são apresentados e o que tem causado preocupação à  Organização Mundial da Saúde (OMS). “Trata-se de produtos coloridos, com design atraente e com sabores que atraem como ímã. E isso contraria as advertências determinadas pelos governos, que devem indicar na embalagem as informações sobre os riscos”, alerta Tofolo.

Ainda em dezembro de 2023, a Anvisa abriu uma consulta pública para saber a opinião das pessoas sobre a proibição de cigarros eletrônicos no Brasil. “A OMS determinou que as mesmas regras impressas nos rótulos dos cigarros convencionais sejam também usadas nas embalagens dos eletrônicos. No Brasil, o produto é proibido pela Anvisa, que não permite nem mesmo a comercialização ou publicidade”, conclui o médico.

Tratamento

No Pará, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) disponibiliza o Centro de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante (CRATF) para atendimento a fumantes de cigarros convencionais. Para atendimento no CRATF, o usuário do SUS pode ser encaminhado por uma unidade básica de saúde ou ir diretamente à Unidade. O CRATF funciona na Unidade de Referência Presidente Vargas, localizado na avenida Presidente Vargas, 513, próximo à praça da República. Mais informações no telefone (91) 3242-5645.

Já em Belém, é oferecido tratamento integral e gratuito nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) que inclui uma abordagem cognitiva, comportamental e medicamentosa. Os interessados em parar de fumar qualquer tipo de cigarro podem procurar a UBS mais próxima de onde residem para iniciar o tratamento. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), pelo fato do cigarro eletrônico ser um produto relativamente novo no mercado, não há comprovação de que a pessoa precisa, necessariamente, seguir os mesmos passos do tratamento contra a dependência do cigarro tradicional.

A instrução do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é que as pessoas busquem os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), que desenvolve o Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT). A iniciativa é destinada a pessoas que querem parar de fazer uso de qualquer forma de tabaco

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