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Gravidez precoce: Belém registra 1.609 partos de crianças e adolescentes em 2024

Em Icoaraci, o Hospital Abelardo Santos intensifica ações de combate à gravidez precoce

O Liberal

Belém registrou 1.609 partos de crianças e adolescentes ao longo de 2024, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). Desse total, 64 foram de meninas entre 10 e 14 anos, enquanto 1.545 foram de jovens na faixa de 15 a 19 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a gravidez precoce está associada a maiores riscos obstétricos e complicações no parto, além de aumentar a vulnerabilidade socioeconômica dessas jovens.

O Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Icoaraci, distrito de Belém, contabilizou 721 atendimentos a adolescentes grávidas, com idades entre 12 e 18 anos, no ano de  2024. Em âmbito nacional, a cada hora, 44 bebês nascem de mães adolescentes, desse total, duas têm entre 10 e 14 anos, conforme dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS).

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A gestação precoce é um problema multifatorial, segundo o enfermeiro Vitor Hugo Pantoja, diarista no Centro Obstétrico do HRAS. A mazela é influenciada pela falta de acesso à educação sexual, de informações sobre métodos contraceptivos e a fragilidade socioeconômica da mãe e da família. Além disso, essa condição pode acarretar sérios riscos à saúde, incluindo partos prematuros e o aumento da pressão arterial da adolescente.

Diante desse cenário, o Hospital Abelardo Santos, referência no cuidado à mulher e à criança, intensifica, em fevereiro, mês dedicado à prevenção da gravidez na adolescência, as iniciativas de conscientização sobre o tema. "Precisamos falar abertamente sobre sexualidade e garantir que os adolescentes tenham acesso a informações e recursos que os ajudem a fazer escolhas conscientes", disse Vitor.

Além das iniciativas internas, a unidade também leva palestras em instituições de ensino nas proximidades. Na última quinta-feira (6), por exemplo, esteve na Escola Estadual Senhora de Fátima II, no bairro da Agulha. A Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência foi instituída pela Lei n.º 13.798/2019, que incorporou essa iniciativa ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Métodos de prevenção

Conforme recomendações do Ministério da Saúde, o SUS oferece gratuitamente nove métodos contraceptivos. São eles: anticoncepcional injetável mensal; anticoncepcional injetável trimestral; minipílula; pílula combinada; diafragma; pílula anticoncepcional de emergência (ou pílula do dia seguinte); Dispositivo Intrauterino (DIU); preservativo feminino e preservativo masculino.

Nos serviços da Atenção Primária à Saúde (APS), geridos por prefeituras municipais, por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s), são oferecidos à população adolescente e jovem esses métodos de prevenção, além de ações educativas sobre sexualidade responsável, promoção da saúde, prevenção das ISTs e gravidez precoce.

Combate

Durante as ações realizadas por meio de rodas de conversa, são destacados os diversos efeitos que uma gestação precoce pode gerar. Além dos riscos físicos e das dificuldades socioeconômicas mencionados anteriormente, os profissionais de saúde abordam também as consequências emocionais e sociais, como a evasão escolar e as barreiras para ingressar no mercado de trabalho.

A assistente social Karyanne Barros acrescenta que "os esforços buscam não apenas alertar, mas também empoderar os adolescentes com informações que contribuam para um futuro mais seguro e consciente. É fundamental lembrar dos riscos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) decorrentes de relações desprotegidas, que, nesse contexto, afetam não apenas a vida da jovem, mas também a da criança que está por vir".

É importante ressaltar que iniciativas desse tipo ocorrem de forma regular no HRAS, durante todo o ano, e contam com abordagem sobre os direitos e a proteção da população adolescente, com embasamento no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Segundo a lei brasileira, adolescentes grávidas de até 14 anos, mesmo que estejam em uma relação consensual, são consideradas vítimas de estupro de vulnerável, podendo os seus agressores ter uma pena de oito a 15 anos de reclusão.

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