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Dia Mundial do Gato: saiba como esses felinos contribuem para o bem-estar de seus tutores

Antes de adotar um gato, é essencial compreender que ele tem necessidades específicas, diz a médica veterinária Lorenny Lima

Eva Pires e Dilson Pimentel
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O Dia Mundial do Gato é celebrado nesta segunda-feira (17). De acordo com o último Censo Pet, realizado em 2022 pelo Instituto Pet Brasil, no Brasil existem mais de 27 milhões de gatos. É um dos animais mais amados pelos brasileiros. O felino é conhecido pelos sentidos aguçados, pela visão noturna excepcional e uma audição muito sensível. Apesar de amarem um carinho, a espécie adora ser independente.

Mas, antes de adotar um gato, é essencial compreender que ele tem necessidades específicas, diz a médica veterinária Lorenny Lima. Ela destacou pontos fundamentais para garantir a saúde e o bem-estar felino, desde a importância das vacinas até o enriquecimento ambiental e os cuidados veterinários regulares. "O gato não é um cachorro pequeno. O gato é gato e precisa ser tratado e manejado como tal, pois tem muitas particularidades", disse.

“O animal precisa das suas vacinas e não é apenas a vacina antirrábica da campanha da prefeitura. Nosso clima é muito úmido e o gatinho precisa estar protegido com as vacinas virais, além de check-ups anuais, dependendo da idade do bichano. Enriquecimento ambiental também é muito importante - o gatinho tem muita energia para gastar. E, claro, tenha sempre tenha um médico veterinário de confiança", disse a especialista.

A alimentação dos gatos deve ser orientada por um veterinário, que indicará a melhor ração ou a possibilidade de uma dieta natural. Além das opções convencionais, existem rações específicas para tratamentos clínicos, recomendadas conforme a saúde do animal. Independentemente da escolha, a qualidade da alimentação é essencial para o bem-estar bichano. Ela ressaltou que cuidar da saúde dos gatos vai além da alimentação e do ambiente adequado. É fundamental estar atento a sinais que possam indicar problemas e agir rapidamente.

"Os tutores de gatos são sempre mais atentos ao comportamento do seu pet. Logo, notam alguma diferença. Se o gato parou de se alimentar, diminuiu o apetite ou está apático, mais triste, ‘mufino’, já é um sinal de alerta para correr para o veterinário de confiança. Não esperem. Ao menor sinal, levem para avaliação", orientou.

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Os gatos não precisam de banho, pois se higienizam sozinhos e mantêm um cheiro agradável. A médica veterinária Lorenny Lima explicou que, caso o tutor queira dar banho, a recomendação é que seja, no máximo, a cada três meses. Ela também destacou a importância de remover os pelos mortos para evitar problemas digestivos e alertou sobre a formação de bolas de pelo, que podem indicar questões de saúde.

"O que tem que ser feito todos os dias nos bichanos é a escovação dos pelos. Eles precisam ser penteados todos os dias, pois eles também soltam pelos mortos e, como eles se banham com a língua, acabam engolindo pelos. No gato saudável, esses pelos serão digeridos e expelidos nas fezes. Se o gato não estiver saudável, ele vai fazer a famosa bola de pelo, que não é normal. Se seu gato estiver fazendo bola de pelo, leve no veterinário de confiança", informou.

Companhia do gato reduz sensação de solidão, diz psicóloga

A psicóloga Maíra Ferraz diz que a companhia de um bichinho de estimação reduz a sensação de solidão. “Então, a literatura científica, dentro da Psicologia, demonstra amplamente que a solidão é um dos maiores fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos emocionais, questões de saúde mental. Então, quando você tem um bichinho de estimação, essa sensação de solidão, por exemplo, se você mora sozinho, ela é reduzida. Inclusive, muitas pessoas que moravam sozinhas durante a pandemia tiveram a sua saúde mental salva ou muito em conta também da companhia dos bichinhos”, contou.

Ela disse que, quando a pessoa adota um animal de estimação, ela é responsável por aquela vida. “Quando você tem um bichinho de estimação, você precisa ter uma rotina diária de cuidado com esses animais. E tudo isso contribui para o bem-estar e para a saúde emocional”, disse. Há estudos científicos que comprovam a relação entre a presença de gatos e a redução de testes de ansiedade. “Sim. Existem alguns estudos científicos que demonstram essa relação, principalmente por testar e avaliar como que a presença desses gatos pode, inclusive, aumentar níveis de alguns neurotransmissores responsáveis pelo bem-estar, como a ocitocina, a serotonina. Pelo simples ato de você acariciar o pelo do gato tem toda uma questão sensorial envolvida e de afeto, de demonstração de afeto e da redução também do cortisol que é o hormônio do estrese. Então, sim, existem estudos que relacionam no nível biológico”, afirmou psicóloga Maíra Ferraz.

Gatos são excelentes companheiros terapêuticos

“A redução de níveis de estresse e ansiedade, quando você, por exemplo, consegue parar um momento do seu dia para brincar com seu gato, para passar um momento de qualidade com seu bichinho, e tudo isso promove uma também parada ali nos pensamentos acelerados, que é uma das principais dos principais sintomas de ansiedade. E, quando você consegue estar ali presente com seu gato, isso é uma outra situação que se mostra benéfica ali também para a redução dos níveis de estresse”, explicou.

image Psicóloga diz que interação com gatos pode reduzir níveis de estresse e ansiedade. (Ivan Duarte/ O Liberal)

Ela também destacou dois aspectos específicos dos gatos que considera interessantes. “Essa questão do ronronar como forma de demonstrar carinho, e uma forma de demonstrar carinho bem contida nesse caso, e esse olhar nos olhos demorado também, que é uma outra forma de demonstrar carinho e estabelecer essa conexão que é muito específica dos gatos e que pode contribuir para essa sensação de afeto, cuidado e companheirismo”, explicou.

Há gatinhos que tendem a ser mais independentes, mas que, por outro lado, são extremamente respeitosos em relação ao tempo de interação que cada pessoa tem. “E isso faz deles excelentes companheiros terapêuticos, principalmente para pessoas com dificuldade de interação social. Então, o fato deles serem muito únicos nas suas características também permite essa possibilidade de conexão muito única e muito genuína com o seu tutor. E de tal forma que, às vezes, os gatos adquirem aspectos da personalidade ou determinados comportamentos do seu tutor. Então, isso cria uma conexão muito importante e faz parte das características específicas ali dos gatos. Então acho que essas são as principais características que fazem deles excelentes companheiros terapêuticos”, disse.

Ela também deu dicas para quem tem uma rotina estressante e como poderia aproveitar melhor os benefícios de ter um pet: “Sobre os gatos, acho que uma coisa importante é criar esses momentos de qualidade com eles. Tirar alguns minutos do dia, mesmo que sejam poucos, para observar as gracinhas, as brincadeiras, para interagir com eles. Aproveitar algumas características deles, como essa coisa de ronronar. Então deixa ele ficar pertinho ou no colo, ou em cima do peito e observa atentamente esse ronronar”.

"Eles melhoram a nossa saúde mental”, diz Taissa Freitas, tutora de 16 gatos

image Taissa Freitas, tutora de felinos. (Ivan Duarte/O Liberal)

Taissa Freitas, 23 anos, é estudante de Medicina Veterinária e tem 16 gatos, dos quais seis são pretos. “Eles melhoram muito a nossa saúde mental. Eles sempre estão presentes, sempre são amigos. E isso é um ponto bem importante porque a nossa sociedade mistifica muito os gatos. Eles acham que eles são traiçoeiros, são isolados, não são muito de companheirismo. E, na verdade, é super ao contrário”, disse.

“Na verdade, eles são muito amorosos, têm sentimentos. Quando a gente está com alguma dor, por exemplo, e a gente bota eles no quarto com a gente, eles vão exatamente no lugar que em que a gente está assistindo dor, por incrível que pareça. É maravilhoso. Eu super recomendo que as pessoas tenham gatos, pois só trazem muitos benefícios”, afirmou.

Taissa Freitas disse que não é só pegar o gato da rua e levar para casa. “Você precisa cuidar deles porque eles são um serzinho de luz. Então, você precisa vacinar, alimentar, hidratar, fazer escovação, tudo certinho”, disse. “Eles são muito sociáveis, gostam de carinho, eles chegam até a gente. O ronronado deles acalma a gente. Tenham gatos que vocês não vão se arrepender”, disse.

Ela também falou sobre o preconceito contra gato preto. “A pelagem não importa: se é gato preto, tricolor, tigrinho, branco. Eles têm sentimentos. São nossos bichinhos de luz”, afirmou.

Resgate e adoção de gatos em Belém

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou que a Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ) realiza o resgate de animais errantes que ocupam espaços públicos e que apresentam indícios de doenças transmissíveis aos humanos. De acordo com a Sesma, 115 felinos foram resgatados nessas condições em 2023, 59 em 2024 e 7 em 2025.

Após o resgate, os animais recebem tratamento, vacinação e castração antes de serem disponibilizados para adoção, que pode ser feita na própria UVZ ou durante Feiras de Adoção. Em 2023, 64 gatos encontraram um novo lar, sendo 32 por meio das feiras e 32 no gatil da unidade. Já em 2024, foram adotados 31 felinos, dos quais 23 em feiras externas e 8 na UVZ.

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