Mural em homenagem a ambientalista e jornalista assassinados passa por restauro, em Belém; vídeo
A iniciativa contou com o auxílio de dois artistas; ato é em memória dos povos da floresta e de Bruno Peireira e Dom Philips
O mural em homenagem a Bruno Pereira, Dom Philips e aos povos da floresta começou a ser restaurado na manhã desta quarta-feira (07), em Belém. A pintura está situada no muro de um prédio, localizado na avenida Marquês de Herval, esquina com a travessa Vileta. A obra é de autoria de And Santtos e contou com a ajuda de outros dois artistas para que a pichação fosse apagada da parede. O trabalho começou por volta das 9h30, sendo uma iniciativa de solidariedade em preservação da arte que foi vandalizada no início desta semana, além de ser uma busca pela paz.
A morte do ambientalista Bruno e do jornalista inglês Dom foi registrada no dia 5 de junho, no Vale do Javari, no Amazonas. O fato foi cercado por movimentos pedindo justiça e segurança. O mural possui 152 metros quadrados e mostra ambos, retratados em preto e branco, ao lado de araras e indígenas, pintados de forma colorida. Ainda que em um sentindo diferente, a representação busca simbolizar a união de todos.
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Pichações com spray aerossol, difícil de serem retiradas, cobriam parte dos elementos que compõem o mural. A obra está incluída em um projeto nacional e precisou de uma força tarefa que envolveu disponibilidade e cuidado para ser recuperada. Alex Cícero, de 43 anos, trabalha com grafite desde 2018 e conta que, apesar das dificuldades, o sentimento é de felicidade por fazer parte do restauro. “Cada arte tem uma cor específica e até achar esse tom para deixar o mais próximo do que estava é difícil, mas estamos conseguindo. Ficamos felizes em estar ajudando, é um muro nosso, de Belém, em homenagem aos nossos povos indígenas e aos que muito ajudaram na preservação da Amazônia”, afirma o artista.
Os símbolos regionais, retratando a Amazônia e os costumes da região na homenagem, fazer parte da técnica chamada de odivelismo, desenvolvida por And, autor do painel. Ele lamenta o vandalismo, mas não desanima na busca pela preservação da floresta por meio da arte. “Infelizmente, houve essa fatalidade, acreditamos que foi um fato isolado por conta do repúdio de muitos, mas acreditamos também na parte da harmonia. Precisamos harmonizar, não queremos falar sobre violência, mas de paz e respeito um com o outro”, diz.
A homenagem é aos povos da floresta, pensando no desmatamento e na constante ameaça contra a vida. “A gente veio trazer essa conscientização para a área urbana. Queremos homenagem mas não só para falar sobre justiça, mas sobre a luta que eles fizeram, os povos, e que estamos aqui continuando essa luta, é um ato de repúdio a esse desmatamento”, finaliza And.
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